Vacinação de crianças contra Covid não deve ser prioridade, diz OMS

A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou hoje um vídeo explicando por que não recomenda que a vacinação de crianças seja uma prioridade neste momento da pandemia do novo coronavírus. Em maio, o órgão já havia criticado países que avaliavam imunizar crianças. Hoje, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso da vacina da Pfizer em crianças a partir dos 12 anos de idade, algo que já acontece nos Estados Unidos. Porém, por enquanto, a vacinação no Brasil só está autorizada pelo Ministério da Saúde em adultos com 18 anos ou mais.
No vídeo, Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, diz que, apesar de poderem ser contaminadas e transmitir o vírus, as crianças correm um “risco muito menor” de contrair a forma grava da covid-19 na comparação com adultos. Swaminathan ainda lembra que a quantidade insuficiente de doses para imunizar a todos fez com que, de início, a OMS recomendasse a priorização da vacinação de profissionais da saúde, trabalhadores da linha de frente, idosos e pessoas com comorbidades, “que estão sob alto risco de exposição ao vírus”.
“Proteja eles primeiro, porque queremos reduzir as taxas de letalidade”, disse. “Depois, gradualmente ir por faixa etária até chegar às crianças.” Segundo a cientista-chefe, crianças que tenham comorbidades podem ser priorizadas quando houver doses disponíveis. “Mas crianças, como grupo, formam um grupo de menor prioridade.”
Swaminathan lembra que laboratórios têm feito estudos sobre a aplicação de vacinas contra covid-19 em crianças, começando da faixa de 12 a 18 anos. Ela diz que, quando tiver esses dados, a OMS deverá analisá-los e “fazer recomendações sobre como vacinas deve ser usada”, considerando dosagem, intervalo, precauções, entre outros fatores. Ela diz que as crianças, com exceção daquelas mais suscetíveis a doenças, não devem ser consideradas uma prioridade em razão da quantidade insuficiente de doses para vacinar todos. “Como temos uma quantidade limitada de doses, precisamos usá-las para proteger os mais vulneráveis.”
A cientista, porém, ressalta que as crianças não precisam estar vacinadas para voltarem à escola. Swaminathan citou como exemplo “vários países em que escolas foram mantidas abertas com sucesso”. Ela diz que, se os trabalhadores da escola e os adultos da comunidade estiverem vacinados, as unidades de ensino podem reabrir “seguindo as medidas de saúde pública que foram aconselhadas para a segurança escolar”.



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