OMS recomenda Paxlovid para casos leves e moderados de Covid-19 e com risco de internação

Recomendação da OMS tem como embasamento novos dados de dois ensaios clínicos envolvendo 3.078 pacientes

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou, nesta quinta-feira (21), o medicamento Paxlovid (nirmatrelvir e ritonavir) para pacientes com quadros leves e moderados de Covid-19 que apresentam maior risco de internação hospitalar.

A OMS definiu o medicamento como a melhor escolha terapêutica para pacientes de alto risco disponível até o momento.

No entanto, a entidade chamou atenção para o desafio na disponibilização do Paxlovid aos países de baixa e média renda devido ao que chamou de “falta de transparência de preços” nos acordos feitos pelo produtor e a necessidade de testes rápidos e precisos antes da administração do fármaco. A empresa disse que está trabalhando para garantir o medicamento a países de baixa renda.

O medicamento antiviral oral da Pfizer, que combina os comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir, é recomendado aos pacientes com a doença não grave, que correm risco maior de agravamento e hospitalização, como pessoas não vacinadas, idosos ou imunossuprimidos.

Segundo a OMS, a recomendação tem como embasamento novos dados de dois ensaios clínicos envolvendo 3.078 pacientes. Os dados mostram que o risco de hospitalização é reduzido em 85% após o tratamento.

Em um grupo de alto risco (mais de 10% de risco de hospitalização), o índice representa 84 hospitalizações a menos por 1.000 pacientes.

A OMS não recomenda o tratamento para pacientes em menor risco de agravamento da doença, devido à escassez de benefícios observada nos estudos para essa população.

Desafios
Um obstáculo para os países de baixa e média renda é que o medicamento só pode ser administrado enquanto a doença estiver em seus estágios iniciais. Nesse sentido, testes rápidos e precisos são essenciais para resultados bem-sucedidos da terapia.

Os dados coletados pela Fundação para Novos Diagnósticos Inovadores (FIND, na sigla em inglês) mostram que a taxa média diária de testes em países de baixa renda é tão baixa quanto um oitavo da taxa em países de alta renda.

Segundo a OMS, melhorar o acesso a testes e diagnósticos precoces em ambientes de atenção primária à saúde será fundamental para a implantação global desse tratamento.

“A falta de transparência por parte da empresa fabricante está dificultando que as organizações de saúde pública obtenham uma imagem precisa da disponibilidade do medicamento, quais países estão envolvidos em acordos bilaterais e quanto estão pagando. Além disso, um acordo de licenciamento feito pela Pfizer com a Pool de Patentes de Medicamentos (Medicine Patent Pool) limita o número de países que podem se beneficiar da produção genérica do medicamento”, diz o comunicado da OMS.

O produto original, vendido sob o nome Paxlovid, será incluído na lista de pré-qualificação da OMS nesta quinta-feira, mas os produtos genéricos ainda não estão disponíveis em fontes com garantia de qualidade, segundo a OMS.

A OMS afirma que várias empresas de genéricos, muitas das quais são abrangidas pelo acordo de licenciamento entre a Pool de Medicamentos e a Pfizer, estão em discussão com a Pré-qualificação da OMS, mas podem levar algum tempo para cumprir os padrões internacionais para que possam fornecer o medicamento internacionalmente.

A OMS cobra da Pfizer transparência em preços e acordos e a ampliação do escopo geográfico da sua licença com o Pool de Patentes de Medicamentos para que mais fabricantes de genéricos possam começar a produzir o medicamento e disponibilizá-lo mais rapidamente a preços acessíveis.

 

Fonte: CNN



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