Cientistas brasileiros criam primeiro soro específico contra veneno de abelha

Um novo soro, criado por cientistas brasileiros, promete ser o primeiro do tipo do mundo a combater o veneno de abelha para os casos de picadas mais graves. De acordo com informações coletadas pela Unesp, estima-se que 15 mil pessoas são atacadas por abelhas por ano no Brasil e, delas, 140 morrem por conta das picadas. Outras podem ter complicações renais ou estado de saúde agravado devido a alguma consequência do veneno.
Uma curiosidade apontada pelos pesquisadores é que a forte dor característica das picadas foi um dos motivos que impediram o desenvolvimento anterior da vacina – os equinos, animais escolhidos para a produção desse tipo de soro, mas são muito sensíveis à dor. “São bichos que literalmente morrem de cólicas”, contou Rui Seabra Ferreira Jr., veterinário e professor da Unesp. O trabalho só conseguiu seguir adiante quando, há 15 anos, surgiu a ideia  de remover a porção responsável pela dor do líquido, deixando apenas as outras toxinas.
Essa nova fração pode, então, ser inoculada nos cavalos, que, a partir daí, produzem anticorpos contra essas moléculas. Dependendo do animal podem ser extraídos até 25 litros de sangue por aplicação. O soro, antes de ser envasado é purificado e tratado quimicamente para minimizar efeitos colaterais nos animais. Agora, a pesquise segue para teste em humanos.
A vacina estará disponível em três centros de pesquisa: um em Botucatu, em São Paulo e outros dois em Tubarão (SC) e Uberaba (MG). O processo consiste em aguardar que pessoas sejam picadas para que o antídoto possa ser testado. A meta é que, em um ano, 20 pessoas recebam o tratamento para ser testado o ajuste de doses e verificação da segurança do composto no corpo humano. Funcionando como os cientistas espera, a pesquisa segue para novo teste, com 300 pessoas, em todo país.
Esse pode ser ainda primeiro soro, de qualquer tipo, aprovado em testes clínicos no país. Os tradicionais soros contra venenos de serpentes, escorpiões e aranhas são heranças de um passado onde não havia regulamentação tão intensa. Será também o primeiro soro antiveneno a ser avaliado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, criada em 1999).
(Bahia Notícias)


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