Ex-ministras criticam falta de diversidade no ministério de Temer

Ex-ministros e parlamentares aliados do governo da presidente afastada Dilma Rousseff avaliaram que o ministério anunciado pelo presidente interino Michel Temer, que toma posse nesta quinta-feira (12), representa um retrato do novo governo, já que não constam, entre os nomes anunciados, mulheres ou negros. Temer divulgou mais cedo a lista de ministros, seis dos quais já integraram o governo de Dilma ou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello a população pobre do país “ainda não se deu conta do que está acontecendo”. “Hoje vai ter foto com a cara desse governo, que é uma cara de brancos, homens, sem diversidade nenhuma que não representa esse país. Quando a população pobre se der conta do risco que correm os programas sociais, eu acho que começamos a mudar esse jogo definitivamente. Vai ser um até breve que estamos dando”, criticou. A ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos Nilma Lino Gomes afirmou que o ministério da presidente afastada tinha um perfil pela luta democrática. Já para a ex-secretária especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, o novo ministério de Temer é um retrocesso. “Acho um golpe e um descalabro ele assumir e montar [uma equipe] porque ele e o Eduardo Cunha [presidente afastado da Câmara] são os líderes do golpe. Assume um governo interinamente, monta ministério, desfaz [outro] e, além do mais, não tem nenhuma mulher, porque governo golpista não pensa em 52% da população. Esse é um golpe machista, patriarcal, misógino, capitalista de classe, contra um projeto de governo da inclusão social. Eles não gostam de pobres, de mulheres, negros, gays, lésbicas, indígenas. Enfim, nós fizemos tudo que pudemos. Tenho certeza de que voltaremos”, disse Eleonora à Agência Brasil. Segundo a deputada Maria do Rosário (PT-RS), a diversidade do Brasil não está no ministério anunciado. “Não há [na equipe anunciada por Temer] nem mulheres, nem negros, nem indígenas. A diversidade do Brasil não está dentro deste governo. O que a gente percebe é que há muitos citados na [Operação] Lava Jato cotados também para postos-chave no governo. Seria um governo da moralidade, mas é um governo nascido com o DNA do golpismo, de dentro do [Palácio] Jaburu e de Eduardo Cunha como presidente da Câmara”.

(Bahia Notícia)



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