Professora da Ufba relata ameaça: ‘Depois do dia 28, a senhora vai ver’

A professora do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e militante do movimento negro Denise Carrascosa, relatou, por meio do Facebook, que foi ameaçada por um homem na porta do instituto, na terça-feira (23), que disse: “Professora, depois do dia 28, a senhora vai ver”.

“Subi imediatamente e a vice-direção está tomando providências para enviar imagens à Coseg – serviço de segurança da Ufba, para identificarem a pessoa que acaba de me ameaçar em público”, publicou na rede social.

O bahia.ba tentou contato com a docente, mas não conseguiu.

A reitoria da universidade emitiu nota à imprensa, nesta quarta-feira, em que condena “firmemente os atos de violência e de preconceito no ambiente universitário”. No texto, a instituição cita uma pichação em um banheiro da universidade que afirma que o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) vai limpar o local de “pobres, gays e pretos”.  

Confira o comunicado:

A Universidade Federal da Bahia jamais transigirá com a violência e o preconceito. Nos últimos dias, têm ocorrido, entretanto, manifestações ameaçadoras, genéricas ou diretas, eivadas de racismo, homofobia, preconceitos de gênero. A comunidade teve ciência, por exemplo, de inscrições recentes em banheiros, nas quais, para mentes agressoras e limitadas, a vitória de um candidato iria “limpar” nossas escolas de pobres, pretos e gays. E ontem mesmo, dia 23 de outubro, a Dra. Denise Carrascosa, conceituada professora do Instituto de Letras da UFBA e destacada militante do movimento negro, foi assim ameaçada no saguão do Instituto: “Professora, depois do dia 28, a senhora vai ver”.

A ameaça é grave e deve ser imediata e firmemente combatida. Nesse sentido, a administração central mobilizou de imediato sua Coordenação de Segurança, que está utilizando todos os meios para identificar o agressor, além de acompanhar a realização de Boletim de Ocorrência, dando todo apoio à docente. E todas as medidas previstas na legislação serão tomadas para combater e punir essa e toda forma de manifestação de autoritarismo e violência no espaço da Universidade.

A UFBA deve ser espaço de convívio saudável, nunca de discriminação. Nesse sentido, a militância de docentes, técnicos e estudantes, ao longo de décadas, tem contribuído para o respeito às diferenças e o acolhimento, trazendo para a Universidade demandas relevantes e justas da instituição e da sociedade. Nosso ativismo vem, portanto, ao encontro de nosso interesse acadêmico e tem assim valor institucional, sendo pautado por nosso dever de ampliar direitos, combater a desigualdade e toda manifestação de autoritarismo. Manifestando-se então contra essas ameaças, a Universidade também se compromete a redobrar sua atenção e a buscar todo amparo e todo recurso legal, pois não pode ser lugar do medo, mas sim de conhecimento e liberdade.

Fonte Bahia ba



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