Youtuber Julio Cocielo vira réu em processo por racismo e pode pagar multa de R$ 7,5 milhões

O criador de videos para o youtube Júlio Cocielo, de 27 anos, se tornou réu na Justiça de São Paulo sob acusação de racismo. A juíza Cecilia Pinheiro da Fonseca, da 3ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público (MP), que mostra postagens feitas pelo jovem em rede social. A informação é do colunista Rogério Gentile, do Uol.

O processo conta com uma frase publicada pelo youtuber no dia 2 de novembro de 2010: “Porque [sic] o Kinder ovo é preto por fora e branco por dentro? Porque se ele fosse preto por dentro o brinquedinho seria roubado, KKK #maldade”. Em outra ocasião, em novembro de 2013, ele escreveu: “nada contra os negros, tirando a melanina…”.

Um mês depois, disse: “o Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”. Durante a Copa do Mundo de futebol de 2018, Cocielo escreveu que “Mbappé conseguiria fazer um arrastão top na praia, hein”, referindo-se ao jogador francês, que é negro.

Caso seja condenado, a pena é de dois a cinco anos de prisão. Além disso, Cocielo também é alvo de uma ação civil pública do MP que pede R$ 7,5 milhões de idenização, também por racismo. O jovem tem 19,9 milhões de inscritos no YouTube e 8 milhões de seguidores no Twitter.

O advogado do youtuber, Maurício Bunazar, diz que Cocielo é afrodescentente e nasceu em uma família pobre da periferia. “É evidente que Cocielo faz piadas com sua própria condição, o que é um artifício humorístico usado por comediantes no mundo todo”, diz seu advogado.

“Contar uma piada sobre negros não transforma um humorista em uma pessoa racista ou propagador do ódio contra negros, da mesma forma que contar uma piada sobre judeus não transforma um humorista em uma pessoa antissemita”, afirmou. Na defesa apresentada à Justiça, o advogado diz que a interpretação das piadas não pode ser feita sem considerar a sua história pessoal e que o Ministério Público distorceu os fatos.

Fonte: Aratu



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