Mulher que foi registrada com nome de homem consegue correção da certidão de nascimento

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Monique Moreira Costa, 25 anos, que mora em Feira de Santana, viveu um drama em relação ao registro de nascimento. Ela precisou de uma cópia autenticada da certidão para dar entrada na documentação para o casamento e ao procurar o nome no cartório onde foi registrada, em Salvador, descobriu que seu nome não existia. No livro de registro constatava o nome de Henrique Moreira Costa e os mesmos dados de filiação, data e local de nascimento dela. Em novembro do ano passado, Monique procurou um site de notícias local e relatou o ocorrido, sendo que na semana passada, ela conseguiu o que mais queria: o registro com seu verdadeiro nome.

“Há três anos eu precisei fazer meus documentos que ainda estavam com minha idade de menor. Como sou registrada em Salvador, precisei ir buscar minha certidão autenticada. Chegando lá eles me deram uma certidão com o nome Henrique. Eu questionei e foi aí que eles me falaram que eu estava registrada como homem”, contou.

Monique conta que a partir da descoberta do erro passou por uma série de transtornos. Ela perdeu o plano de saúde, os cartões foram bloqueados, os documentos que estava usando foram invalidados e com isso ficou sem poder estudar ou trabalhar. Monique conta que cada vez que tentava provar que era mulher, a situação se complicada mais.

“A escrivã mandou eu entregar meus documentos todos pra ela pra ver o que podia fazer. O juiz deu o parecer informando que não tinha provas suficientes e que era pra eu entrar com uma ação judicial. Contratei uma advogada e a gente começou todo o processo. Ela tentou de todas as formas, mas infelizmente cada vez que ela tentava resolver, ficava mais difícil. Eu tinha todos os documentos, mas quando o juiz disse que não tinha provas, ele anulou todos e fiquei sem trabalhar, sem estudar. Minha vida ficou toda parada”, relembrou.

Monique ficou três anos com nome de homem na certidão de nascimento. Além dos problemas burocráticos com a falta da documentação, ela conta que teve que enfrentar outras questões constrangedoras.

“Tive que fazer exame ginecológico para comprovar que eu era mulher. Isso foi um constrangimento. O juiz falou que não tinha provas suficientes e eu tive que fazer vários exames e levar pra eles. Depois tive que repetir esses exames. Nesse período engordei muito, cerca de 25 quilos a mais, devido a ansiedade. Ainda tive que lidar com o julgamento das pessoas”, contou.

Com o novo documento em mãos, Monique descreve uma sensação de alívio e também de gratidão.

 



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia