Texto traz uma reflexão sobre o comportamento da sociedade após chacina dos motoristas de aplicativo em Salvador; confira

O texto a seguir foi encontrado nas redes sociais, no entanto, não identificamos o seu autor, porém ele traz uma importante reflexão sobre a maneira que quatro  motoristas de aplicativo foram mortos na última sexta-feira, 13, em um bairro de Salvador, e como a sociedade tem se comportado diante de crimes tão brutais.

 

Leia o texto:

“O QUE ME PREOCUPA É O GRITO DOS MAUS!
Uma sexta-feira, 13, digna dos mais horripilantes filmes de terror, trouxe profunda tristeza a Salvador numa manhã sangrenta.
Segundo informações iniciais, duas travestis solicitaram motorista de aplicativo, o qual caiu em uma emboscada. Mais quatro motoristas foram solicitados para o mesmo local.A partir daí, foram levados por três homens armados a um barraco na comunidade Paz e Vida, no bairro de Jardim Santo Inácio (área da Mata Escura), onde foram brutalmente torturados com golpes de facão e disparos de arma de fogo.
Um dos motoristas, porém, conseguiu se desvencilhar de um dos assassinos e fugiu por meio da mata e, mesmo muito machucado e perseguido, escapou.Policiais militares, que receberam a denúncia do sobrevivente, foram ao local do fato e encontraram os quatro motoristas mortos, enrolados em lonas (sacos de nylon).
Havia ainda um gambá morto em cima de uma cama. Eram quatro trabalhadores, motoristas de aplicativo. Eram pais ou filhos. Maridos ou amigos. Não eram criminosos. Não perpetravam mal à sociedade. Simplesmente ganhavam “o pão com o suor do próprio rosto.”
Segundo um áudio (sem confirmação de veracidade), um suposto primo de uma das vítimas alega que o sobrevivente explicou seu êxito na fuga. Ele narrou que o mais velho disse que não iria morrer daquele jeito e enfrentou os assassinos, oportunidade aproveitada pelo sobrevivente para fugir.
Essas pessoas têm nomes:
(1) Alisson Silva Damasceno dos Santos, 27 anos;
(2) Sávio da Silva Dias, 23;
(3) Daniel Santos da Silva, 31 e
(4) Genivaldo da Silva Félix, 48.
O sobrevivente precisa ficar no anonimato para sua segurança e facilitar melhor desempenho nas investigações policiais.O perito médico Marcos Mousinho explica que os motoristas “foram atraídos para o local, colocados em cativeiro por algumas horas, torturados, e executados separadamente”.
E existe alguma explicação para tamanha atrocidade? “A versão que corre entre os motoristas é de que o crime desta sexta-feira foi motivado por um ato de fúria de um traficante. A mãe do criminoso teria passado mal e não conseguiu socorro porque os motoristas de App cancelavam as corridas quando viam que o local de partida era dentro de Mata Escura.
 Depois e um tempo a mulher conseguiu socorro com um vizinho, mas o filho ficou possesso e teria dado ordem para que comparsas matassem os motoristas de App que entrassem no bairro”.
Traficante ou homicida ou ainda a combinação de ambos. Esse criminoso é o grito dos maus, a que se referia Martin Luther King em um de seus memoráveis discursos.
Eloquente, Martin retumbava a impactante frase:
“O QUE ME PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS MAUS, MAS O SILÊNCIO DOS BONS.”
É uma frase muito marcante e convincente, todavia eu me preocupo – e muito – com esse “grito dos maus”. “O silêncio dos bons” também é preocupante. Ambos devem nos alertar, provocar em nós a reflexão, despertar na gente o sopro da indignação e a necessidade do protesto. O que podemos fazer? Protestar! Pode ser pelas redes sociais (como agora), pode ser nas ruas, pode ser diretamente às autoridades.
Que natal para as famílias desses motoristas! Mas essas famílias também são as nossas famílias. O problema, o lamento, a dor não pode ser apenas deles.
Precisamos compartilhar isso.
Precisamos fazer nascer “o grito dos bons”. E que esse brado seja tão possante e de tamanho rugido que possa “enlouquecer ” a gritaria dos maus. Meus sinceros respeitos às famílias das vítimas e mesmo às famílias dos assassinos que, muitas das vezes, não compactuam com seus delitos.
E para você (que acha que nada disso tem a ver com a sua vida) leia a seguinte metáfora do pastor Niemöler, que era simpatizante do nazismo, mas, ao perceber o “grito dos maus”, mudou de lado e foi parar num campo de concentração: “Um dia, vieram e levaram meu vizinho, que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho, que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram. Já não havia mais ninguém para reclamar.”
Ainda dá tempo de reclamar…”
Autor desconhecido


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