Damares mira conselhos tutelares como bases eleitorais para evangélicos

 

A atuação do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos no caso da menina de 10 anos que ficou grávida em cidade do Espírito Santo vítima de estupro tornou mais conhecida no país a antiga ligação da ministra Damares Alves com grupos religiosos conservadores, antiaborto e antifeministas. Essa relação vem de anos de trabalho auxiliando políticos conservadores na Câmara e no Senado.

Alçada ao poder federal com a eleição de Jair Bolsonaro, a ministra-pastora passou a controlar os principais órgãos consultivos em matéria de direitos humanos no país. Dona de uma teia de contatos que abrange juristas evangélicos, ONGs evangelizadoras de indígenas, pastores e policiais, Damares logo identificou o potencial da capilaridade de alcance dos 5.956 conselhos tutelares, espalhados pela maioria dos 5.570 municípios do país, em todas as regiões.

Em junho de 2019, antes de o novo governo completar seis meses, a ministra anunciou que começaria a qualificar com equipamentos os órgãos encarregados de defender direitos de crianças e adolescentes, via Programa de Fortalecimento dos Conselhos Tutelares. A iniciativa, antes de Bolsonaro, trabalhava apenas com capacitação dos conselheiros.

De acordo com a pasta de Damares, existem dois conjuntos de equipamentos distribuídos por meio do programa, tocado pela Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA), um dos órgãos do ministério. Um conjunto completo, no valor de R$ 120 mil, inclui 1 veículo, 5 computadores, 1 impressora, 1 refrigerador, 1 bebedouro, 1 cadeira de automóvel para transporte de crianças, 1 TV smart e 1 ar-condicionado portátil.

Fonte: Metrópoles



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