Médica envolvida em acidente do TCA deu R$ 1 mil à família das vítimas

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A médica Ocridalina Maria Oliveira Virgens, que perdeu o controle de um Fiat Toro (placa PKO-8594), se chocou em um ônibus e invadiu um ponto de ônibus, atropelou e matou duas pessoas, na tarde da última terça-feira (4), em frente ao Teatro Castro Alves (TCA), no Campo Grande, procurou a família das vítimas e ofereceu R$ 2 mil.

De acordo com parentes da bióloga Carla Beatriz Santana Santos, 37 anos, e da mãe dela, a cuidadora de idosos Rita de Cássia Santana, 56, a condutora fez contato via WhatsApp e, embora tenha oferecido a quantia, depositou R$ 1 mil.

A médica disse que o dinheiro deveria ser usado no sepultamento de Carla Beatriz, que morreu na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), antes mesmo de chegar a o Hospital Geral do Estado (HGE).

Nesse domingo (9), Rita de Cássia morreu depois de cinco dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGE. A motorista, no entanto, não retornou o contato.

Filha de Carla, a estudante Laila Santana dos Santos, 19, afirmou que a família só soube a identificação da médica porque esteve na delegacia, onde ficaram sabendo alguns detalhes do depoimento.

“Ela é medica do Samu. Tanto que num instante eles (socorristas do Samu) chegaram lá. Mas e por que ela não saiu do carro para ajudar? São duas pessoas mortas, sabe? E a polícia? Nada diz?”, indagou, durante sepultamento da avó, no Cemitério do Campo Santo, na tarde desta segunda-feira (10).

O coordenador do Samu de Salvador, Ivan Paiva, informou que Ocridalina não pertence ao quadro de funcionários do serviço de atendimento na capital.

a Polícia Civil reafirmou, em nota, que não passaria a identificação da motorista do Toro, ou mesmo do motorista e cobrador do ônibus envolvido no acidente, que aconteceu na esquina com a Rua Leovigildo Filgueiras, no Garcia.

“Foram coletados os depoimentos dos envolvidos e imagens de câmeras estão sendo analisadas pela perícia. Mais informações não podem ser divulgadas, para não comprometer a apuração do caso”, diz a nota. O crime é investigado pela 1ª Delegacia (Barris).

Sonho interrompido
De acordo com Laila, a mãe costumava visitar a avó no Campo Grande, onde Rita de Cássia trabalhava em um prédio como cuidadora de idosa. Também era de costume que ela acompanhasse a bióloga até o ponto de ônibus.

A jovem disse ao CORREIO que no dia em que Carla Beatriz morreu, havia recebido a confirmação de uma aprovação para fazer pós-graduação na Universidade Federal Rural, no Rio de Janeiro.

A bióloga, que morava com a única filha em Cajazeiras, estava a caminho do Comércio, onde trabalhava como assistente de telemarketing, segundo Laila, para complementar a renda.

“Minha mãe estava feliz. A pós era o sonho dela, mas ela não teve tempo sequer de finalizar a matrícula. Ela também queria me ver formar, como assisti a formatura dela. Essas pessoas levaram minhas duas bases, com quem eu contava para tudo na vida. E vai ficar assim, por isso mesmo?”, questionou.

*Correio



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