Filho chora e se ajoelha entre caixões dos pais vítimas de explosão no Rio

Cinco vítimas da explosão em um condomínio em Fazenda Botafogo, Zona Norte do Rio, na terça-feira (5) eram veladas na manhã desta quarta (6) no Cemitério de Irajá. Rosane Oliveira, Francisco Oliveira e Karen Nicácio de Melo morreram no local, enquanto José dos Santos e Maria de Lourdes dos Santos faleceram a caminho do hospital. Eles serão enterrados no início da tarde.

Rosane, que era secretária, morreu junto com o marido, o pintor Francisco. Amiga de Rosane há mais de 30 anos, a assistente administrativa de vendas, Maysa Laura Dias, disse que o recebimento da notícia na empresa foi um momento de tristeza.

“É um momento muito difícil. Quando  eu recebi a notícia foi muito triste, a empresa praticamente parou. Ela era muito querida, é uma notícia muito ruim de receber. Eu estava saindo para o trabalho quando recebi a notícia, fiquei sabendo até por um cliente que mora no condomínio onde eu moro. Nós trabalhávamos há 19 anos juntas nessa empresa. Quando cheguei na empresa estava todo mundo chorando”, disse Maysa. Ontem, em entrevista ao Bom Dia Rio após o acidente, o filho do casal, Luiz Guilherme, fez um desabafo emocionado sobre o acidente.  Nesta quarta, ele chegou aos prantos ao cemitério, e se ajoelhou entre o caixão dos pais. Depois, elogiou a Prefeitura e criticou a Ceg, que, em sua avaliação, está “preocupada em saber quem está certo ou errado”.

A explosão aconteceu em um conjunto habitacional na Rua Omar Fontoura, perto da Rua Pedro Jório. De acordo com a Defesa Civil, a explosão pode ter sido provocada pelo vazamento de gás. O condomínio é ligado à tubulação da Companhia Estadual de Gás (CEG), mas segundo Cristiane Delarte, gerente de gestão de rede da concessionária, dos 40 apartamentos, só 19 utilizavam o gás canalizado pela empresa.

Morador do local, o assistente de câmera Edson Santana contou que foram feitas 49 reclamações à companhia sobre o problema, e que moradores de um dos prédios chegaram a fazer um pedido de troca das tubulações de gás, o que foi feito pela CEG. “Provavelmente a tubulação nova não aguentou a pressão e aí aconteceu isso”, comentou.

Apesar do desabamento ter sido descartado, os moradores deste prédio precisarão ficar fora de casa até que a Defesa Civil faça toda a avaliação estrutural e reparos necessários. Ao todo, 39 famílias estão desalojadas. O prédio tem cinco andares, oito apartamentos por andar, e cerca de seis unidades tiveram seu piso afundado.

‘Foi um estrondo horrível’
Uma das moradoras do prédio atingido pela explosão é uma senhora de 86 anos. Dona Marina de Carvalho mora com o filho no quinto andar e estava acordada na hora. “Foi um estrondo que parecia que estava desabando o mundo. Meu filho me levantou, porque minhas pernas travaram e ele falou que o prédio estava desabando” contou Marina.

capelas
Luís Guilherme perdeu os pais


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