Morre o jornalista Paulo Henrique Amorim

Morreu na manhã desta quarta-feira (10) o jornalista Paulo Henrique Amorim. Ele trabalhou em diversas redações, inclusive na Globo. O jornalista morreu de enfarte na capital fluminense.

Amorim havia sido afastado da Record em junho. O jornalista era crítico ferrenho do governo Bolsonaro, apoiado pela direção da emissora, e havia feito uma postagem recente atacando o ministro da Justiça, Sergio Moro. A emissora nega que o afastamento tenha tido motivação política.

Paulo Henrique Amorim nasceu em 1943, no Rio de Janeiro. Construiu uma carreira que vai do jornalismo impresso ao televisivo. Atuou como correspondente internacional em Nova Iorque nas revistas Realidade e Veja. Na televisão, passou pela extinta Manchete, pela Globo, Bandeirantes e TV Cultura.

Formado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, seu primeiro trabalho como jornalista foi no jornal A Noite, no Rio, quando participou da cobertura da renúncia de Jânio Quadros e da resistência de Leonel Brizola, como radioescuta e repórter, em 1961.

Depois, foi repórter das revistas Manchete e Fatos & Fatos, da Bloch Editores, e da sucursal da Editora Abril no Rio. Fez parte ainda da equipe da célebre revista Realidade, entre 1967 e 1969. Ainda em 1968, tornou-se o primeiro correspondente da revista Veja, em Nova York, onde assumiria tempos depois a editoria de Economia, além de ganhar um prêmio Esso de reportagem econômica. Entre 1974 e 1976 foi editor-chefe da revista Exame, e ali lançou a “Melhores e Maiores”. Em seguida, trabalhou como editor de economia, redator-chefe e editor-chefe do Jornal do Brasil e ali permaneceu até 1984.

Em 1985, fez sua estreia na TV, como editor-executivo do departamento de Jornalismo da Rede Manchete, mas no mesmo ano mudou novamente e seguiu para a TV Globo, como editor de economia, repórter e apresentador de programas econômicos. Em 1990, tornou-se chefe do escritório e correspondente da mesma emissora em Nova York.

Foi ainda colaborador do programa World Report da Rede CNN no início dos anos 1990.

Depois, passou pela Band e TV Cultura, até que migrou para a internet, trabalhando no Terra, UOL e IG. Atualmente, mantinha o site de notícias e vídeos Conversa Afiada.

Contratado pela Record em 2003, ele assumiu na ocasião a apresentação da edição noturna do Jornal da Record. Posteriormente foi deslocado para o programa Domingo Espetacular.

Paulo Henrique Amorim é ainda autor dos livros “De olho no dinheiro” (1987),  “Plim-Plim, A Peleja de Brizola (2005), “A Mídia nas Eleições de 2006”, (2006). A notícia de sua morte repercutiu no meio profissional e político.

“Os jornalistas brasileiros acordaram hoje com uma triste notícia: a morte por infarto do jornalista Paulo Henrique Amorim. É uma perda para o jornalismo. Além de atuar na Record, ele também atuava no jornalismo independente com seu site Conversa Afiada e estava fazendo um trabalho interessante porque suscitava o debate e a crítica. Vai fazer falta”, lamentou Maria José Braga, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas.

Nas redes sociais, políticos e colegas de profissão também prestam homenagem. O jornalista e escritor Mário Magalhães escreveu em seu perfil que Paulo Henrique Amorim foi um jornalista corajoso e compartilhou um de seus discursos. “Reverencio sua memória com um vídeo dele, de dezembro de 2017, em defesa da liberdade de expressão”.

*G1/exame



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