Em maio do ano passado, o bicheiro Anísio Abrahão David, patrono da Beija-Flor, foi condenado em segunda instância a 23 anos de prisão por corrupção. A condenação, entretanto, não teve nenhuma consequência no investimento no carnaval da escola para 2020. Segundo ele próprio, que recorre em liberdade, após a condenação, ele esteve mais presente do que antes na preparação do desfile. Em 2018, o contraventor passou parte do ano internado e não participou dos trabalhos para 2019, quando a escola amargou a 11ª colocação.
— Agora, tudo voltou ao normal — resumiu Anísio, antes de a escola entrar na Sapucaí, sem poupar o filho, Gabriel David, que esteve à frente do desfile em 2019, de críticas: — Ano passado foi um erro da diretoria. Mas estou de volta. Não vai se repetir.
No setor 1, Anísio falou firme em seu ouvido do filho para que esvaziasse a área, cheia de convidados, para que a comissão de frente se apresentasse. Foi Anísio quem apresentou o casal de mestre-sala e porta-bandeira aos jurados.
O patrono da Beija-Flor não foi o único com prisão decretada a dar as caras na Sapucaí. Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, também condenado a 23 anos, viu, de uma frisa, sua Vila Isabel passar. À frente da escola, estava seu filho, Luizinho Guimarães. Capitão Guimarães, um dos alvos da Operação Furacão, da PF, que investigou distribuição de propinas por bicheiros a policiais, assim como Anísio, recorre da sentença em liberdade. Outro que foi preso na mesma ação passou pela Sapucaí no domingo: Marcelo Calil Petrus, condenado a 2 anos, é presidente de honra da Viradouro.
A ausência de Rogério Andrade pelo 3º ano seguido foi sentida, desde 2017, quando o patrono da Mocidade teve contas bloqueadas pela Justiça. Na escola, a expectativa era que o contraventor desfilasse para homenagear Elza Soares. Andrade não apareceu, mas os castores que decoram o escudo da agremiação desde sua volta à escola, em 2015, marcaram presença em alegorias e camisas de integrantes.
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