Goleiro do tetra, herói em contraponto ao vilão Roberto Baggio, Taffarel interpreta de maneira diferente a cobrança do adversário, e diz que previu que o italiano perderia (mandou por cima do travessão). Neste domingo, às 16h, a “Rede Globo”, reprisa a final da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.
Acha que cobrar um pênalti na situação do Baggio (se perder, o Brasil era campeão) é mais complicado?
Sim, pênalti já é uma pressão muito grande para o batedor. Numa Copa do Mundo, você tendo a última chance… Até para um batedor como o Baggio. Experiência ele tinha, mas é impressionante como a responsabilidade afeta muito.
Por que acha que ele errou?
O Dunga tem uma teoria que eu acho que decifrou bem a cobrança dele. Acho que ele ia chutar para o lado que eu saltei. Quando me viu, tentou mudar o canto, pegou muito embaixo na bola e ela subiu. Para ele ter chutado tão mal assim…
Acha que o cansaço do jogo pegou? Estava muito calor…
Acho que o cansaço influi pouco na disputa de pênalti. É mais o cansaço mental do que físico. Entre a prorrogação e os pênaltis tem um tempo, você consegue recuperar um pouco. O cansaço mental que é complicado: a caminhada do centro do campo até a área, a pressão, o estádio em silêncio…
Estudou o Baggio antes?
Era o grande jogador na época. Demos uma estudada, mas eu não gostava muito de olhar nas estatísticas e sim o momento. Tentava tirar alguma coisa antes da batida, ter alguma intuição. A cobrança dele foi muito ruim, ninguém esperava, mas eu sim. Antes do Baggio bater senti que a Copa acabaria ali. Só não sabia como, se eu ia defender ou se ele ia chutar para fora.