DPU move ação contra Magazine Luiza por processo de seleção só para negros

 

Após a Magazine Luiza comunicar que faria um processo de seleção trainee apenas para candidatos negros, a Defensoria Pública da União (DPU) entrou com uma ação civil, movida pelo defensor Jovino Bento Júnior, acusando a empresa de promover ‘marketing de lacração’. Mais tarde, nesta terça-feira (6/10), o Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da DPU emitiu nota técnica repudiando a ação. Os colegas disseram que o processo contra a empresa provocou forte mal-estar entre os defensores, que classificaram a medida como ‘péssima’ e ‘muito constrangedora’.

Segundo o Estadão, a ação movida por Jovino foi encarada pelos outros procuradores como uma ‘reação’ de um grupo minoritário de defensores públicos, mais alinhados com a gestão Jair Bolsonaro, que perderam a última eleição interna para o Conselho Superior da Defensoria Pública da União, realizada em julho. Atualmente, o colegiado é formado majoritariamente por integrantes que tem uma visão mais crítica às medidas e ações do governo.

A forte repercussão interna levou 11 defensores a assinarem nota técnica contra a ação. Segundo o Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da Defensoria, o processo movido por Jovino Bento “não reflete a missão e posição institucional da Defensoria Pública da União quanto a defesa dos direitos dos necessitados”. O texto completa: “mais que isso, contraria os direitos do grupo vulnerável cuja DPU tem o dever irrenunciável de defender”, aponta.

Uma das maiores críticas em relação a ação de Jovino foi o fato dele ter usado uma declaração do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, na qual ele cita a expressão “marketing de lacração”. Camargo já tinha sido, incluive, alvo de recursos da própria Defensoria para tirá-lo do cargo.

Fonte: Aratu



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