TSE apura como Cupertino tirou título de eleitor falso 5 dias após crime

A Corregedoria-Geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília apura como Paulo Cupertino Matias conseguiu tirar um título de eleitor com o nome falso de ‘Manoel Machado da Silva’ em Mato Grosso do Sul, cinco dias após matar o ator Rafael Miguel e dos pais dele em São Paulo. O crime foi cometido em 9 de junho de 2019 e o documento foi feito em 14 de junho.
Desde então, o empresário está foragido da Justiça e é procurado pela polícia pelo assassinato da família de Miguel. Paulo atirou 13 vezes nas vítimas porque não aceitava o namoro da filha Isabela Tibcherani com o artista. Ela tinha 18 anos à época.
Rafael estava com 22 anos, seu pai João Alcisio Miguel, com 52, e a mãe Miriam Selma Miguel, 50. Eles não resistiram aos ferimentos e morreram. O crime foi gravado por câmeras de segurança. As imagens também mostram a fuga do assassino.
Atualmente, Paulo está na lista dos criminosos mais procurados da Polícia Civil de São Paulo.

Segundo a investigação, até a semana passada, ele estava escondido em Mato Grosso do Sul. Foi nesse estado que o empresário conseguiu documentos falsos, entre eles dar entrada num novo título de eleitor, de acordo com o TSE. A falsificação teria sido feita no município sul-mato-grossense de Ponta Porã.
Paulo nasceu há 50 anos na capital paulista, precisamente em 24 de agosto de 1970. Mas sua identidade falsa, com o nome de ‘Manoel’, mostra que ele nasceu em 6 de novembro de 1970 em Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul. Na foto, ele aparece com barba branca.
Posteriormente, Paulo seguiu para um sítio no município sul-mato-grossense de Eldorado para trabalhar. Lá, era conhecido como ‘Sêo Manoel’, nome que adotou para tentar despistar a polícia.
Ele também usava barba e bigode brancos, que deixou crescerem durante o emprego num curral da cidade. Um boné que nunca tirava ajudava a completar o disfarce.
A verdadeira identidade de ‘Manoel’ foi descoberta pela polícia após denúncias anônimas de que ele também tinha falsificado documentos no Paraná. Ao saber disso pela imprensa, Paulo fugiu novamente de onde estava no Mato Grosso do Sul. Ele deixou Eldorado no último dia 27 de outubro. A investigação acredita que o criminoso tenha permanecido no local por um período de 8 meses a 15 meses.
A polícia apura ainda se o dono do sítio e patrão de Paulo, o piloto Alfonso Helfenstein, tenha ajudado o assassino a se esconder e escapar de novo. A suspeita é de que os dois possam ter deixado Eldorado num avião em direção ao Paraguai.
Enquanto isso, a Corregedoria do TSE encontrou dois títulos eleitorais relacionados a Paulo. Por ordem do corregedor-geral, ministro Luis Felipe Salomão, o juiz auxiliar Richard Pae Kim determinou, que providências sejam tomadas pela Justiça Eleitoral no Mato Grosso do Sul para investigar a fraude e cancelar a inscrição eleitoral obtida com documento falso.
Segundo o TSE, a duplicidade de inscrições não foi detectada durante a conferência de dados biográficos e biométricos. O motivo foi a diferença nos dados utilizados em ambos os títulos de eleitor e a ausência de identificação biométrica na inscrição mais antiga.

O primeiro título de eleitor foi feito em 11 de maio de 1990, com o nome de Paulo Cupertino Matias, com zona eleitoral em São Paulo. O segundo documento foi requerido em 14 de junho de 2019, cinco dias após o crime em São Paulo. Está em nome de ‘Manoel Machado da Silva’, tem como zona eleitoral o Mato Grosso do Sul.
Pela lei, segundo o TSE, caberá ao juiz eleitoral da zona da inscrição mais recente a competência para decidir sobre duplicidade ou pluralidade de inscrições, ainda que não tenham sido agrupadas pela conferência.



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