Começa hoje, segunda-feira (1º), o Mutirão da Negociação de Dívidas e Orientação Financeira. A iniciativa vai durar até o dia 30 de novembro e é voltada para pessoas com dívidas em atraso com instituições financeiras.
O foco são os débitos em aberto de modalidades de empréstimos que não tenham bens dados como garantia – portanto, financiamentos de imóveis e de veículos, por exemplo, além de penhor de joias, não estão incluídos.
Esse mutirão de negociação de dívidas é uma iniciativa e realização conjunta entre da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), junto com o Banco Central, a Secretaria Nacional do Consumidor e o Senado Federal.
A novidade desta edição do mutirão é o foco na preparação para a renegociação, orientando o consumidor, passo a passo, até o envio de propostas de negociações na plataforma do Consumidor.
Para essa etapa opcional de preparação prévia, foi desenvolvida uma página específica na internet, na qual o devedor poderá ter acesso a informações sobre:
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como descobrir quais são suas dívidas;
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quando vale a pena participar do mutirão;
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quanto do orçamento poderá ser destinado ao pagamento dessas dívidas no momento da negociação.
Na página, o interessado em participar do programa encontrará, por exemplo, um link para o Registrato, um sistema do Banco Central que permite aos cidadãos terem acesso pela internet a relatórios com informações sobre relacionamentos com as instituições financeiras, operações de crédito e de câmbio.
Para começar a negociação de uma dívida em atraso, o consumidor pode seguir um pequeno passo a passo:
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Primeiro, preferencialmente, pode fazer uma preparação prévia;
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Depois, o devedor deve realizar o registro na plataforma consumidor.gov.br
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Após finalizar o registro, é necessário escolher a instituição com a qual deseja negociar e relatar o problema;
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O banco tem prazo de até 10 dias para analisar a solicitação e apresentar uma proposta.
O mutirão é uma das iniciativas do acordo de cooperação técnica assinado entre a Febraban e o Banco Central para desenvolver ações coordenadas de educação financeira.
Em setembro, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostrou que 25,5% das famílias brasileiras estavam inadimplentes, ou seja, tinham alguma conta em atraso.
O mesmo estudo revelou que 10,3% das famílias avaliavam que continuariam sem dinheiro no mês seguinte para dar conta de todos os seus compromissos financeiros.
A pesquisa mostrou também que 74% das famílias brasileiras possuíam alguma dívida em setembro, um nível recorde no levantamento.
Mas é importante lembrar que nem toda dívida é algo ruim. Quando cabe no seu orçamento, o crédito pode ser uma forma de aumentar seu patrimônio ou financiar compras que você precisa, mas não tem o dinheiro à vista.