Inadimplência: brasileiro está devendo mais a cada mês e a culpa é do cartão de crédito

Foto: Marcos Santos USP Images
A economia brasileira ainda tem muito que fazer para se recuperar destes anos turbulentos. Como na maioria dos países do mundo, o Brasil enfrentou muitos dos efeitos provocados pela chegada da pandemia. Paralisação de atividades, negócios fechando as suas portas e taxas de desemprego elevadas demais. De fato, o país registra um nível de desemprego (13,2%) que supera mais que o dobro da média internacional de 6,5% de acordo com o ranking feito pela consultoria de classificação de risco Austin Rating.

Existe mais uma questão, preocupante para alguns, que está no foco de análise no segmento dos bancos e linhas de crédito e que tem a ver com as finanças domésticas dos lares brasileiros. Acontece que, o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil publicado pelo Serasa, tem registrado a sua maior alta do ano em outubro atingindo 63,4 milhões de inadimplentes, ou seja, pessoas com dívidas em atraso ou sem serem cumpridas de acordo ao combinado. Este número é o mais elevado desde julho de 2020, mês no qual os níveis de inadimplentes alcançaram os 63,5 milhões de cidadãos.

O levantamento indica que o número total de dívidas (sejam em estado de inadimplência ou não) também está subindo, registrando uma alta de 2,31% a respeito do mês anterior, com 213.268 milhões de contas. Como tem informado a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias com algum tipo de dívidas atingiu a 74,6% refletindo o maior patamar desde o começo, em janeiro de 2010, da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

O valor de cada dívida também conta

O incremento nas dívidas não é ruim por si só, mas sim quando pode comprometer os orçamentos familiares. Nesse sentido, os organismos informaram que o valor de cada dívida que os brasileiros têm também está registrando incrementos: atualmente, a média de uma conta é de R$4.000,61 por pessoa e de R$1.189,38 por dívida. Os principais segmentos responsáveis pelos incrementos e a inadimplência são os bancos e os cartões de crédito, que representam 28,70% do total, seguidos por trás pelas contas das tarifas de serviços básicos, como água e luz, com 23,5%, e as dívidas do varejo ficando no terceiro lugar no ranking com 13%.

Agora, a parcela média de renda comprometida com dívidas se mantém em 30,2%. Isto quer dizer que, em média, mais de 30% dos ingressos de um lar são utilizados para o pagamento de dívidas.

O aumento na quantidade e valor das dívidas, assim como de pessoas inadimplentes, também tem explicação pelo efeito que a Taxa Selic está gerando nos juros. Isto porque, para tentar controlar a inflação que continua a subir, o Banco Central elevou novamente a Taxa Básica de Juros ou Taxa Selic, passando de 7,75% para 9,25% ao ano. Como ela é uma referência para os bancos estabelecerem as demais taxas do mercado, quando a Selic sobe, também sobem os juros cobrados nos créditos ou as parcelas de cartão de crédito por exemplo.

Fonte:iBahia


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