Padaria é criticada após trocar nome de bolo: ‘afrodescendente’

O dono da padaria afirma ter recebido uma notificação do Sindicato para que mudasse o nome dos doces. De acordo o sindicato, os nomes não se adequam aos movimentos dos dias atuais

 

Uma padaria de São Paulo gerou muita polêmica entre os clientes, e posteriormente entre os usuários de redes sociais, ao modificar o nome do bolo “nega maluca” para “bolo afrodescendente”. Na ocasião, 12 dos frequentadores chegaram a ameaçar o dono do estabelecimento de tomar ações judiciais.

De acordo com o relatado na Coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, Mauro Sérgio Proença explicou que o nome foi alterado após receber ofício do Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo. Mauro é dono da padaria Aveiro, localizada na zona sul de São Paulo.

Assim, ele recebeu a recomendação para mudar o nome não só do bolo específico de chocolate, mas também do “língua de sogra” e “maria mole”. De acordo com o sindicato, os nomes não se adequam aos movimentos dos dias atuais. Segundo conta a colunista, o comunicado reforça que os nomes tradicionais “hoje não são mais aceitos”.

“Como exemplo marcante dessas mudanças de comportamento social, nomes tradicionais […] que são comercializados há muitos anos em nossas padarias, e que eram vistos até com simpatia, hoje não são mais aceitos e podem levar a constrangimentos e acusações de crime racial, machismo, preconceito”, detalha o comunicado.

Por conta do ofício recebido, o dono da padaria, Mauro, decidiu modificar o nome do alimento de “nega maluca” para “bolo afrodescendente”, supostamente se remetendo à sua origem. Segundo ele, essa medida “não iria causar constrangimento”.

Contudo, a mudança de nome do bolo feita por Mauro gerou uma confusão generalizada no estabelecimento de São Paulo. Isso porque clientes foram até a padaria na última terça-feira (15) para reclamar do novo nome escolhido. O conhecimento da mudança se deu por meio do compartilhamento de uma imagem nas redes sociais.

Por conta da insatisfação dos frequentadores, Mauro conta que, além de pedir a mudança do nome do “bolo afrodescendente”, clientes também constrangeram os funcionários da padaria.

Depois do episódio, Mauro alterou o nome do bolo novamente. Agora, o alimento seria chamado de “bolo chocoball”. Assim, o dono conta que os funcionários foram ameaçados e constrangidos. Para evitar maiores problemas e acalmar os ânimos dos clientes, Mauro optou pelo novo nome.

“Eles (clientes) achavam que a gente queria polemizar. Não somos obrigados a seguir [a recomendação do sindicato], falei com donos de outras padarias que não mudaram o nome”, detalhou ele à coluna.

Contudo, Mauro voltou atrás em sua decisão e colocou o nome antigo na etiqueta do bolo. Agora, ele se chama, oficialmente, “bolo nega maluca”.

“A gente não sabe se vai para a direita, para a esquerda, se sobe ou se desce”, disse Mauro ao explicar que o estabelecimento se encontra “desorientado’. Além disso, Mauro conta que tem o intuito de entrar em contato com o Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo a respeito da recomendação.



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