Serviços e comércio lideram demissões no ano

Pelo segundo mês consecutivo, o número de contratações com carteira assinada superou o de demissões, contudo, seguiu longe de recuperar as perdas da pandemia do coronavírus. De acordo com informações do G1, no acumulado do ano, o Brasil ainda registra perda de quase 850 mil vagas.

Entre os empregos perdidos, a maioria se concentra no setor de serviços e no comércio, com destaque para as atividades que continuam restritas. A indústria e a construção civil, por sua vez, têm liderado o movimento de recuperação dos empregos perdidos nestes primeiros meses de flexibilização e reabertura da economia.

Segundo o veículo, a agropecuária (mais 98.320 vagas) e construção civil (58.464 vagas) foram os únicos setores que no acumulado no ano até agosto ampliaram a mão de obra empregada com carteira assinada. As atividades associadas ao comércio, alimentação fora de casa, turismo e transportes foram as mais afetadas pela pandemia e que tiveram o maior número de cortes.

Entre os cargos que tiveram mais postos de trabalho destruídos, a categoria “vendedores e demonstradores” segue no topo da lista, com 249.674 empregos com carteira assinada eliminados no ano. Na sequência, estão os “garçons, barmen, copeiros e sommeliers” (menos 131.693 vagas), os “escriturários em geral e assistentes administrativos” (menos 92.706), “cozinheiros” (menos 62.474) e os “trabalhadores auxiliares nos serviços de alimentação” (menos 45.353).

“As atividades que estão demitindo ainda estão muito ligadas aos serviços, que foram muito impactados pela pandemia. Pensa nos restaurantes e nos pequenos comércios que não têm como voltar totalmente. Tentaram se segurar até onde dava, começam a abrir, mas ainda têm que demitir”, avaliou o economista Sergio Vale, da MB Associados.

O mês de agosto foi encerrado com 37,9 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, contra 39,1 milhões em fevereiro, antes do início da pandemia da Covid-19 e paralisações no comércio. Contudo, os números refletem apenas o emprego formal. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o impacto da pandemia foi ainda maior no emprego informal, com o fechamento total de 7,2 milhões de postos de trabalho no Brasil, em apenas três meses.

De acordo com dados do Caged, as demissões atingiram mais mulheres, trabalhadores que possuem apenas o ensino médio e profissionais na faixa de idade entre 50 e 64 anos.

“O desemprego deve crescer até o começo do ano que vem e aí tende a começar a cair. Eu diria que uma queda mais consistente só deverá ocorrer no segundo semestre do ano que vem”, afirmou o economista.

Fonte:  A Tarde


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