Dólar sobe para R$ 5,66 com possíveis mudanças no teto de gastos

A street hawker counts dollar bills in a street of Caracas on November 19, 2019. – Venezuela’s President Nicolas Maduro has been forced to loosen exchange controls and the prevailing prices during the 20 years of Chavism, due to lack of liquidity, collapse of the oil production and US sanctions. (Photo by Federico PARRA / AFP)

O dólar encostou em R$ 5,70 e a bolsa de valores caiu para o menor nível desde novembro do ano passado no dia seguinte à declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo pretende pedir mudanças no teto de gastos para financiar parcialmente o Auxílio Brasil. O Tesouro Direto chegou a interromper as negociações por diversas vezes, e a atuação do Banco Central (BC) não conseguiu segurar a moeda norte-americana.

O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (21) vendido a R$ 5,668, com alta de R$ 0,107 (+1,92%). Na máxima do dia, por volta das 15h30, a cotação chegou a R$ 5,69. No maior nível desde 14 de abril, quando estava em R$ 5,671, a divisa acumula alta de 4,07% em outubro e de 9,21% em 2021.

Na bolsa de valores, o dia também foi marcado pela tensão. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 107.735 pontos, com recuo de 2,75%. O indicador está no menor nível desde 20 de novembro do ano passado. Durante a tarde, o índice chegou a cair 4,57%.

Além das negociações em torno do futuro do teto de gastos, que afetaram ações de empresas ligadas ao varejo eletrônico e à construção civil, a ameaça de uma paralisação de caminhoneiros por causa da alta dos combustíveis fez cair as ações de empresas do setor. O BC leiloou US$ 750 milhões em contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. Mesmo assim, a atuação foi insuficiente para segurar a moeda.

A instabilidade também afetou o mercado de títulos públicos. Por três vezes ao longo do dia, as negociações do Tesouro Direto, programa que vende títulos públicos a pessoas físicas, foi interrompida. O Tesouro Nacional não quis aceitar os juros pedidos pelos investidores e paralisou a venda de papéis prefixados (com juros definidos antecipadamente) e corrigidos pela inflação.

A renúncia do secretário especial de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, ainda não repercutiu no mercado. Os dois anunciaram o pedido de exoneração após o fechamento das negociações.

*Com informações da Reuters



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