Gás e energia elétrica já comprometem metade da renda de 46% das famílias e aumento do botijão será o mais sentido

Foto: Agência Brasil

Para parte dos brasileiros está difícil de pagar as contas de luz e gás. Um levantamento inédito revela que a situação é ainda mais complicada. Segundo pesquisa encomendada pelo Instituto Clima e Sociedade ao Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), 40% da população brasileira deixa de comprar roupas, sapatos e eletrodomésticos para poder pagar as contas de gás e luz.

Em novembro de 2021, o Ipec ouviu 2.002 brasileiros com mais de 16 anos de idade, de todas as regiões do país. Segundo a pesquisa, o gasto com gás e energia elétrica já compromete metade ou mais da renda de 46% das famílias – principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O aumento do botijão de gás é o mais sentido pela população: 52% dos entrevistados pelo Ipec dizem que, entre as fontes de energia, o gás é o que mais pesa no bolso.

Também de acordo com o levantamento, em todo o país, 22% da população reduziram a compra de alimentos básicos para continuar usando gás e energia elétrica. No Nordeste, o percentual sobe para 28%. Para economizar na conta de luz, quase metade dos entrevistados afirma ter adotado ações como tomar banho mais rápido e desligar as lâmpadas.

A comerciante Adriana Teixeira Santos, por exemplo, mora em São Paulo com o marido e dois filhos. Em abril de 2021, ela pagava R$ 20,66 de luz; agora, R$ 141 reais – um aumento de mais de 500%. Em nota, o Ministério da Cidadania diz que o programa Auxílio Gás, do governo federal, alcança hoje quase 5,6 milhões de famílias de baixa renda. Em 2022, o valor do auxílio é de R$ 52 reais.

Já o programa de tarifa social de energia elétrica do governo dá descontos entre 10% e 65% a famílias de baixa renda. O governo diz que hoje são 12,4 milhões de famílias beneficiadas pelo programa; e que, com a regulamentação do cadastro automático, a partir deste mês, “há potencial para concessão do benefício para mais 11 milhões de famílias”.

Para Délcio Rodrigues, diretor-executivo do Instituto ClimaInfo, esses programas funcionam, mas não resolvem o problema. “É bom? É bom, mas não está fazendo o efeito desejado, porque, como a gente viu na pesquisa, o comprometimento da renda com energia e gás é muito alto ainda”, afirma.

Fonte:G1



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