Semana Santa impulsiona em até 40% comércio de pescado

Entre as espécies mais consumidas no período, além do bacalhau, estão vermelho, olho de boi, badejo, tilápia

Estado brasileiro com uma faixa costeira de 1.100 quilômetros de extensão, sendo o maior litoral do país e um dos mais ricos em fauna marinha, a Bahia contabiliza um elevado consumo de pescados. Como de praxe, por conta da prática religiosa católica de reduzir o consumo de carne vermelha nos dias que antecedem a Semana Santa, as vendas aumentam consideravelmente. A expectativa, este ano, é que seja computado um crescimento em torno de 40%, de acordo com a Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), criada para fomentar políticas públicas voltadas para a pesca e aquicultura.

O técnico da Bahia Pesca Roberto Pantaleão explica que 80% do pescado consumido vem da pesca extrativa e 20%, do cultivo. “A importação de produtos, seja de outros estados ou do interior, é inferior a 10% do total consumido aqui. O bacalhau é o principal pescado importado do exterior. No âmbito nacional, a corvina e a sardinha vêm do sul do Brasil”.

Aumento de renda

As espécies mais populares, completa Pantaleão, são a tainha, vermelho, olho de boi, cavala, badejo, tilápia, corvina, cavalinha e sardinha. “Com exceção da tilápia, que é criada em cativeiro principalmente na região de Paulo Afonso, todos os demais são capturados no litoral baiano”, afirma.

Ainda conforme o técnico da Bahia Pesca, o aumento da procura por pescados no período da Semana Santa impacta os municípios dessas regiões. “Há um aumento na demanda, o que acarreta em maior esforço pesqueiro, pois os pescadores querem aproveitar a oportunidade para ter um aumento temporário de renda”.

No lar de Míriam Silva, atendente de uma cafeteria em Salvador, a mesa feliz e a alegria da Páscoa estão garantidas. Nem os preços dos pescados mais caros conseguiram tirar o seu sorriso sob a máscara, expresso pelos olhos brilhantes de quem acabara de comprar o pescado para a Semana Santa, no Mercado Popular de Água de Meninos (antigo Mercado do Peixe), no Comércio. “Pesquisei bastante e achei muita carestia. Acabei pegando dois quilos de camarão a R$ 30 o quilo. A gente faz sacrifícios, mas não deixa passar em branco a tradição cristã”, disse.

No espaço comercial onde Míriam garantiu seu camarão, os comerciantes estão otimistas com o retorno das vendas, depois de dois anos de dificuldades financeiras. Mas o movimento maior, acreditam, vai intensificar a partir desta sexta-feira, 1º de abril. “Os clientes já estão comparecendo há quatro semanas e a tendência é crescer a movimentação nos próximos dias. E quanto mais cedo vierem, melhores preços encontrarão. A situação ainda é complicada, porque está tudo caro tanto para nós, comerciantes, como para o cliente. Mas estou com muita fé de que faremos boas vendas”, relatou Maria Joselita dos Santos de Jesus, dona da Barraca Sabor de Pimenta.

 



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