Aos 19 anos, ex-aluno do Colégio Pedro II é aprovado em dez universidades americanas

O estudante Vinícius Xavier Garcia, de 19 anos, parte hoje para uma espécie de turnê pelos Estados Unidos. Aprovado com direito a bolsa em nada menos que dez universidades americanas, incluindo algumas mundialmente conhecidas, como Stanford, Yale e Duke, ele quer conhecer de perto cada uma antes de escolher a sua. O jovem, que nasceu em Belém, no Pará, mas mora no Rio de Janeiro desde os 2 anos, ainda está aguardando os resultados de outras duas instituições americanas, Harvard e Datmouth.

Vinícius teve uma trajetória exemplar na unidade do Colégio Pedro II no Engenho Novo, bairro onde cresceu. Foi representante de turma, atuou no grêmio estudantil e participou de projetos como um modelo de simulação da Organização das Nações Unidas (ONU) em sua escola. O aluno também ajudou a implementar no colégio um fórum de discussão voltado para a temática de raça e etnia na educação e na sociedade. Além disso, trabalhou como tutor de física, química e matemática.

— Sou bom aluno, mas as universidades americanas não estão interessadas apenas em notas boas. Eles querem alunos atuantes, que participem de diferentes projetos. As pessoas acham que para entrar nessas instituições é preciso ser um gênio, mas não funciona assim — comenta Vinícius, que está cursando Matemática Aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se matriculou antes de ter as respostas das instituições americanas. — O que me atrai nas instituições dos Estados Unidos é a possibilidade de passar os primeiros semestres estudando em diferentes cursos, antes de optar por um deles.

Para ser aprovado nessas universidades, Vinícius teve o apoio da Fundação Estudar, que oferece um programa de preparação gratuito voltado a alunos do ensino médio que desejam estudar no exterior. Para 2016, há 30 vagas, e as inscrições estão abertas até 18 de abril no site napratica.org.br.

Vinícius não tem nenhuma receita para tanto sucesso. Ele se considera apenas “um cara interessado em aprender”. Nunca se matou de estudar em casa, mas sempre prestou muita atenção nas aulas. Tem vários amigos, com quem vai ao shopping ou à praia. Faz natação, gosta de ir ao cinema e de ver filmes em casa. Enfim, é um jovem normal, com vida social ativa, mas também com uma porção de medalhas em olimpíadas de ciências nas áreas de química, astronomia e matemática.

O estudante é filho de uma assistente social, servidora pública, que não tem condições financeiras de bancar uma educação internacional para seu filho. A anuidade da Universidade Stanford, na Califórnia, por exemplo, gira em torno de US$ 74 mil (cerca de R$ 250 mil), segundo ele. Para estudar lá, só mesmo com uma bolsa. A instituição, por onde já passaram políticos, empresários, cientistas e artistas de primeira linha, ofereceu a Vinícius um abatimento de 97%, aí incluindo despesas com alimentação e moradia.

— Li muito sobre as universidades pela internet, mas preciso conhecer todas de perto antes de me decidir. Para fazer essa viagem de reconhecimento, estou recebendo ajuda das próprias universidades e de pessoas próximas, como parentes e amigos, que acompanham minha história e estão torcendo por mim.

 *G1


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