Após MEC anunciar liberação de verba, reitor da UFBA diz que valor não é suficiente: ‘Vamos continuar brigando’

Foto : Dário Guimarães/Metropress

 

Após o anúncio do descontingenciamento de R$ 1,156 bilhão para as instituições federais, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na segunda (30), o reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, afirmou que o valor ainda não é suficiente para o pleno funcionamento das unidades.

Em entrevista à reportagem da TV Bahia, o professor, que também é presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), informou que vai continuar lutando pela liberação total de recursos.

“O MEC, com isso, está reconhecendo que as universidades não podiam passar mais tempo sem a liberação de recursos, sem liberação de crédito e limite para empenhar faturas. Mas ele não é ainda suficiente para a execução orçamentária plena das universidades, e nós vamos continuar brigando por isso”, o reitor informou ainda que a Ufba deve receber R$ 24 milhões com o descontingenciamento anunciado pelo MEC. O dinheiro, segundo João Salles, será usado para pagar dívidas da instituição acumuladas com a redução de verbas.
“São as despesas correntes de luz, água, limpeza, vigilância, manutenção. Tudo isso para garantir o funcionamento regular das universidades. Havendo esses recursos, nós vamos correr para pagar faturas. Algumas universidades precisam até de suplementação orçamentária. Algo que é conhecido do MEC”.

 

Redução de gastos

Campus da Ufba no bairro de Ondina, em Salvador — Foto: Reprodução/ TV Bahia

Na última semana, a Ufba anunciou uma série de mudanças no funcionamento da instituição para diminuir os gatos, por causa da redução orçamentária.

Entre as ações estão a proibição de realizar ligações telefônicas de fixo para celular, suspensão de obras e serviços, proibição de eventos a partir das 17h e nos fins de semana, redução no uso dos elevadores, além de desligamento de ar-condicionados.

A universidade também suspendeu as atividades de duas bibliotecas e alterou o horário de funcionamento de outras durante os finais de semana.

As principais medidas são:

  • Suspensão de aditivos contratuais de obras, aquisição de bens, serviços e locações que importem em aumento de valores nos contratos;
  • Suspensão de aquisição de materiais de consumo, exceto os destinados às atividades essenciais das unidades;
  • Suspensão de eventos a partir das 17 horas e em feriados e finais de semana, exceto os relacionados às atividades curriculares obrigatórias e outros que justifiquem o caráter excepcional;
  • Suspensão de concessões de passagens e diárias para participação em eventos, seminários e congressos, exceto para representação institucional e realização de concursos docentes;
  • Suspensão de ligações de telefone fixo para móvel e restrição de ligações interurbanas e internacionais;
  • Redução do uso de elevadores, ressalvado assegurar mobilidade de pessoas com deficiências;
  • Desligamento de aparelhos de ar-condicionado, exceto em espaços sem ventilação natural e em laboratórios, museus e bibliotecas onde sejam justificadamente imprescindíveis, contribuindo assim para a redução do consumo de energia elétrica e das despesas com manutenção;

Contingenciamento

Desde o início deste ano, o MEC já passou por dois “cortes”: R$ 5,8 bilhões em abril e R$ 348,47 milhões em julho.

Mesmo após o descontingenciamento anunciado na segunda-feira, a situação das universidades ainda é de incerteza porque R$ 1,2 bilhão ainda segue bloqueado.

As universidades já estão na metade do segundo semestre e parte ainda não sabe se vai conseguir manter as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Os valores descontingenciados não vão repor todas as perdas acumuladas na área.

*G1 Bahia



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