Enem será aplicado em 17 e 24 de janeiro de 2021, anuncia MEC

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020 será aplicado em 17 e 24 de janeiro de 2021. O Ministério da Educação (MEC) anunciou a data das provas em coletiva de imprensa nesta quarta-feira. Esse é o cronograma da edição impressa. Já o Enem digital, feito em forma de projeto-piloto neste ano, será em 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Os resultados estão previstos para sair até 29 de março.

O cronograma original, mantido pela pasta até meados de maio, mesmo com o avanço do novo coronavírus pelo Brasil, era para aplicar o Enem impresso em 1° e 8 de novembro deste ano. A versão digital da prova seria feita em 11 e 18 de outubro. A paralisação das escolas – além de pressões do Congresso, de secretarias estaduais de Educação e da sociedade – levou a pasta a adiar o exame.

Antonio Vogel, secretário-executivo do MEC que está como ministro interino da pasta, afirmou que a escolha  da nova data levou em conta questões técnicas, ouvindo secretarias estaduais de educação e instituições de ensino superior privadas e públicas.

— Não é uma decisão perfeita e maravilhosa para todos. Então buscamos uma solução técnica e tentando ver a data que melhor se adequa para todos—afirma Vogel.

Diante da expectativa de resultados do Enem só em março de 2021, Vogel afirmou  que o MEC poderá abrir mais uma seleção do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que dá acesso ao ensino superior com a nota do Enem, além das duas edições que já são praxe — uma em cada semestre do ano. A possibilidade ainda será discutida futuramente com as instituições de ensino superior.

Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes destacou que os preparativos para o Enem estão regulares na autarquia. Ele voltou a dizer que será necessário fazer alterações em razão da pandemia, como distanciamento dos alunos, disponibilização de álcool em gel e máscaras, entre outras diretrizes.

As medidas adicionais que terão de ser adotadas em razão da pandemia custarão R$ 70 milhões aos cofres públicos. O dinheiro extra para o Enem, que no ano passado custou R$ 540 milhões, segundo o Inep, foi pedido pela autarquia ao Ministério da Economia. Questionado se a pasta de Paulo Guedes já havia liberado o recurso, Lopes restringiu-se a dizer que exame não terá problemas de eventual falta de orçamento.

— Não existe risco de aplicação do Enem 2020 decorrente de restrições orçamentárias. Faremos a aplicação agora em janeiro, não há risco. Estamos fazendo os procedimentos normais — afirmou o presidente do Inep.

O MEC fez o anúncio da nova data do Enem com a participação de secretários estaduais de Educação como forma de mostrar o respaldo do setor à decisão. Participaram, entre outros, os dirigentes da área em São Paulo, Rossieli Soares, que é ex-ministro da Educação, e  Fred Amancio, de Pernambuco.

A presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Cecília Motta, afirmou que a data foi a “menos danosa” para os estudantes, uma vez que não atrapalhará a regularidade de seleções como Sisu, Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), de crédito estudantil, e Programa Universidade para Todos (ProUni), de oferta de bolsas no ensino privado a estudantes carentes.

Antes de definir as novas datas, porém, o MEC fez uma enquete com os candidatos, ainda na gestão de Abraham Weintraub, que deixou a pasta por desgastar o governo com ofensas ao Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria dos estudantes escolheu, na pesquisa da pasta, maio de 2021 para a aplicação das provas do Enem.

Ao divulgar o resultado, no início deste mês, o MEC avisou que a escolha dos estudantes não seria o único aspecto a ser levado em consideração na definição das datas do Enem 2020. Secretários estaduais de Educação, universidades e instituições ligadas à área também seriam consultados antes da definição final, informou a pasta à época.

Cerca de 1,1 milhão de estudantes participaram da enquete, o que corresponde a 19,3% dos quase 5,8 milhões de inscritos no Enem 2020. Do total, 553.033 estudantes escolheram fazer o Enem em maio, o que representa 49,7% dos que opinaram na sondagem. Outros 392.902 (35,3%)  escolheram fazer em janeiro,  e 167.415 ( 15%) optaram por dezembro deste ano.

*G1


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