Brasil tem, em média, menos de 1 computador para 4 alunos de 15 anos

 

No Brasil, há, disponível nas escolas, em média, menos de um computador para cada quatro estudantes de 15 anos. Essa situação coloca o país em penúltimo lugar em um ranking de 78 países e regiões com respostas para esta questão disponíveis no quinto volume de análise dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2018, divulgado hoje (29) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

Aplicado a cada três anos, o Pisa avalia o desempenho de estudantes de 15 anos em leitura, matemática e ciências. Além das provas, as escolas respondem a questionários que ajudam a entender melhor a situação de cada país participante. Na última avaliação, de 2018, foram 79 países e regiões. O estudo divulgado nesta terça-feira, Políticas Eficazes, Escolas de Sucesso, é o quinto de seis volumes previstos com análises dos resultados do Pisa.

De acordo com o relatório, em média, os países da OCDE possuem cerca de um computador por estudante para fins educacionais. Países como Áustria, Islândia, Luxemburgo, Macau (China), Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos, possuem até mesmo mais de um computador, chegando a uma média de 1,25 ou mais aparelho por estudante de 15 anos.

Na outra ponta, em países como Albânia, Brasil, Grécia, Kosovo, Montenegro, Marrocos, Turquia e Vietnã, havia apenas um computador ou menos disponível para cada quatro alunos.

O estudo mostra que a relação entre um melhor desempenho dos estudantes e a disponibilidade de computadores varia. Nem sempre estudantes com maior acesso vão melhor nas provas. Mas, no Brasil, assim como, por exemplo, na Estônia, Cazaquistão, Malásia, Nova Zelândia e Ucrânia, estudantes de escolas com mais computadores pontuaram mais em leitura.

Desigualdades

Apesar de os resultados serem de 2018, antes da pandemia do novo coronavírus, de acordo com a OCDE, já é possível notar desigualdades entre países, regiões e entre escolas mais ou menos favorecidas economicamente dentro de um mesmo país que podem ter impacto neste período. Em média, entre os países da OCDE, 27% dos estudantes estavam matriculados em escolas cujos diretores relatam que a aprendizagem é prejudicada pela falta de professores e a falta de pessoal. “Aqueles que podiam, continuaram ensinando e aprendendo online; aqueles que não tinham computadores ou acesso à internet tiveram mais dificuldade”, diz o texto.

Segundo o relatório, garantir que todas as escolas tenham recursos adequados e de alta qualidade, e o apoio apropriado, é fundamental para que os alunos de todas as origens tenham oportunidades iguais de aprender e ter sucesso na escola.

Os resultados mostram que, em casa, assim como na escola, o ambiente de estudos nem sempre favorece a aprendizagem. Em média, entre os países da OCDE, 9% dos estudantes de 15 anos não têm um lugar silencioso para estudar. Essas porcentagens variam entre os países. Na Indonésia, Filipinas e Tailândia, por exemplo, mais de 30% dos alunos não têm um local para estudar.

O estudo remoto, que passou a ser amplamente difundido por conta do fechamento das escolas devido a pandemia, requer também, muitas vezes, um computador. O relatório mostra que, enquanto na Áustria, Dinamarca, Islândia, Lituânia, Holanda, Noruega, Polônia, Eslovênia e Suíça, mais 95% dos alunos relataram que têm um computador em casa para usar nos trabalhos escolares, essa porcentagem é 34% entre os alunos na Indonésia.

Já a conexão da Internet varia entre estudantes com maiores vantagens e desvantagens econômicas. Essas porcentagens chegam, no México, por exemplo, a 94% dos estudantes com maiores vantagens econômicas com acesso a internet contra apenas 29% daqueles economicamente em desvantagem.



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