Trump sugere adiamento de eleições nos EUA ao criticar votação por correio

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu hoje, em mensagem no Twitter, que as eleições nos Estados Unidos marcadas para novembro deste ano sejam adiadas. Nas palavras do republicano, o pleito poderia ser o “mais fraudulento da história”. Trump não apresentou evidência nem indícios de fraudes, mas se referiu ao sistema de votação por correio para dizer que o resultado da eleição presidencial poderia ser impreciso.

“Com a votação universal por correio (não o voto em ausência, que é bom), 2020 terá a eleição mais imprecisa e fraudulenta da história. Será um grande embaraço para os EUA. Adiar as eleições até que as pessoas possam votar de maneira adequada, segura e protegida?”, sugeriu.

Voto por correio: Trump critica, especialistas negam problema

Não é a primeira vez que Trump se refere ao uso de cédulas de votação enviadas por correio nas eleições presidenciais como passível de fraudes. Em uma postagem recente, o presidente afirmou que “o voto por correspondência levará à fraude, ao abuso em massa e ao fim do partido republicano”.

Especialistas em processos eleitorais, porém, são céticos em relação a essas alegações. Muitos estados e localidades nos Estados Unidos usam cédulas de correio há anos, com poucos problemas isolados. E os americanos que estão no exterior, incluindo tropas militares, votaram pelo correio sem haver queixas graves de fraude. O próprio Trump votou por cédula por correio nas eleições de meio de mandato de 2018, depois de mudar seu registro de eleitor de Nova York para a Flórida.

Esse sistema, no entanto, é uma opção real para este ano devido à pandemia de coronavírus. Há especulações de que ele poderia favorecer os democratas, já que alguns eleitores de baixa renda podem ter mais dificuldade para chegar às urnas, em oposição aos republicanos. Porém, as cédulas enviadas por correio também são populares nas áreas rurais onde Trump tem muito apoio. No mês passado, em estudo analisando o impacto do voto por correio nas eleições desde 1996, divulgado pela Universidade de Stanford, mostrou que isso apresenta um pequeno aumento no número de votos, “mas não significa um aumento da participação dos votos em nenhum dos dois partidos”.

Recentemente, o procurador-geral dos Estados Unidos, William Bar, também fez críticas ao sistema durante entrevista à Fox News. Sem evidência, ele sugeriu que as cédulas podem ser roubadas das caixas de correio das pessoas, ou até mesmo que alguma potência estrangeira pudesse imprimir “dezenas de milhares de cédulas falsas” como forma de ter influência do resultado.

Fonte: UOL



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