Jovem relata homofobia após ser chutado no carnaval de Salvador: ‘Cicatriz é menor que sensação de impunidade’

Um jovem de 25 anos ficou ferido após ser atingido por diversos chutes e cotoveladas durante o carnaval de Salvador. O caso é investigado pela polícia. Ao G1, nesta segunda-feira (24), ele detalhou a situação e afirmou que foi vítima de homofobia.

O caso ocorreu no Circuito Dodô (Barra – ondina), na quinta-feira (20). Fernando Almondes disse que tinha acabado de chegar na avenida para aproveitar a pipoca da cantora Claudia Leitte, quando foi atingido por alguma cotoveladas.

“Eu cheguei com uns amigos, mas a gente acabou se distanciando. E então, com a multidão, acabei me aproximando de um homem que estava muito próximo a um isopor. Ele estava virado de costas pro publico e com a parte da frente do corpo para a praia. Ele começou a dançar de forma abruta e acabou me atingido com um cotovelada. Eu pedi então calma e ele começou a me olhar e fazer gestos como se fosse a me bater”, disse.

Ainda de acordo com Fernando, ele tentou dialogar com o homem, mas o homem começou a ofendê-lo e a proferir frases de ódio.

“Ele começou a fizer que não gostava de viado. Ele afirmou que não gosta de viados. Ele falou muitas coisas de baixão calão que não vale a pena falar aqui”, continuou.

Ainda segundo Fernando, as agressões físicas vieram em seguida.

“Nesse intervalo, ele já foi me empurrando. Quando fui tentar me defender, me afastar dele, eu acabei escorregando e dai ele me deu um chute no meio do rosto. As pessoas tentaram segurar ele. Ai eu consegui me arrastar entre o povo”, revelou.

Após consegui sair do circuito, todo ensaguentado e com ferimentos na boca, Fernando pegou um táxi e foi para um hospital, onde precisou levar cinco pontos por causa dos ferimentos. Em seguida, após a alta, ele conseguiu registar o caso na 14ª Delegacia Territorial, que investiga o caso.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que as investigações estão em curso e que a vítima recebeu uma guia para passar por exames médicos.

De acordo com Fernando, o momento vai ficar marcado na vida dele.

A dor que eu senti, a cicatriz é muito pouca diante da agonia que a gente sente por dentro. Essa sensação de impunidade, de ser olhado por um olhar do preconceito. É difícil. A cicatriz é menor que a sensação de impunidade que fica”, relatou.
Fonte: G1


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