Jovem é preso duas vezes por crimes que não cometeu por causa de reconhecimento fotográfico

Uma reportagem do Fantástico deste domingo (21) revelou como funcionam os “catálogos de suspeitos” em delegacias pelo Brasil. Em muitos casos, o reconhecimento por fotografia acaba sendo a única prova na hora de apontar um possível criminoso, e muitas pessoas são presas injustamente. Um levantamento inédito feito pelo Condege, entidade que reúne defensores públicos de todo país, e também pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, mostra que os negros são as maiores vítimas desse tipo de erro.

Tiago é uma das vítimas de prisões injustas. Aos 27 anos e pai de três filhos, quatro anos atrás foi ajudar um colega a rebocar um carro quando a polícia chegou e descobriu que era um veículo roubado. Ele respondeu em liberdade e foi considerado inocente. Mesmo assim, a foto dele foi parar em uma lista de suspeitos de uma delegacia do Rio de Janeiro e continua sendo mostrada para vítimas que chegam para fazer o reconhecimento fotográfico de criminosos. Isso transformou a vida do Tiago num inferno.

Ele já foi reconhecido e acusado nove veze por crimes que não cometeu. “Aí a minha vida parou, estacionou, não andava para frente, não andava para trás. Quando eu pensava que tudo ia dar certo, chegava intimação. Eu falava: ‘Mãe, vai ser isso sempre na minha vida’”, conta.

Tiago foi preso duas vezes. Em uma delas, ficou oito meses na prisão. Em outra, também acusado por roubo, chegou a ser condenado em segunda instância. De novo, tendo o reconhecimento fotográfico como única prova. A advogada de Tiago conta que as características não eram compatíveis com as descritas pela vítima. Apesar de novamente ter sido absolvido, Tiago ainda responde a processos e não encontrou a paz em sua vida.

*G1



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