Celulares de Adriano da Nóbrega tinham ameaças, fotos de fuzis e plano de fuga

Mais de um ano após a morte do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, no município baiano de Esplanada, o conteúdo encontrado nos nove celulares apreendidos com ele finalmente veio à tona. As mensagens e fotografias mostram como o ex-capitão do Bope planejava fugir.

Segundo o jornal O Globo, que obteve acesso aos relatórios de extração de dados dos aparelhos, o Ministério Público (MP) encontrou imagens do arsenal de fuzis de Nóbrega e também diálogos que comprovam que, mesmo como fugitivo, ele continuava a dar ordens para seus comparsas, um policial militar incluso, a ameaçar desafetos, negociar cavalos de raça e também monitorar os passos da contravenção no Rio.

Sua última mensagem foi para a esposa, Julia Emilia Mello Lotufo, atualmente foragida. “Já tô no rancho. Fica trank. Segue com Deus. Vai dar certo”, escreveu o miliciano, de acordo com o jornal, cerca de seis horas antes de ser morto na manhã de 9 de fevereiro do ano passado.

Julia foi um dos alvos da Operação Gárgula, deflagrada nesta segunda-feira (22) contra a organização criminosa responsável pela movimentação financeira e lavagem de dinheiro do espólio de Adriano.

A apuração indica que ela o mandou deixar o local logo após ser parada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-116, na altura de Vitória da Conquista, outra cidade baiana. Ela voltava do Rio após os dois descobrirem que a polícia estava atrás deles. Antes disso, ela estava com o marido numa casa na Costa do Sauípe, no litoral da Bahia, mas desse esconderijo Nóbrega conseguiu fugir quando a polícia chegou.

Na mesma madrugada, o miliciano também esteve em contato com o soldado da PM do Rio, Rodrigo Bittencourt Fernandes Pereira do Rego. Para o MP, ele era um dos laranjas de Nóbrega e braço-direito do miliciano na fase em que ele esteve foragido. Foi a ele que Nóbrega avisou que Julia iria deixar o carro e pegar outro, pois o que ela estava usando estava sendo monitorado pela polícia. Rego, que foi flagrado tentando se desfazer de bens de Nóbrega, foi preso na operação de segunda.

Além disso, o MP detectou que Nóbrega continuava a negociar cavalos de raça, um dos métodos que usava para lavar dinheiro, e também encontrou seis fotos de fuzis. Conversas mais antigas, de 2019, indicam ainda uma ameaça a um rival. “Tão monitorando a garota. Foram no colégio dela hoje. Falo mais nada. Pode falar aí que se acontecer alguma coisa eu sei quem foi”, mandou o recado a um capanga.

Fonte: BN



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