O vice-presidente Michel Temer, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) se reuniram nesta quarta-feira na residência oficial do Senado, depois de conversas individuais. Após o encontro, Aécio disse que o apoio do PSDB ao governo Temer independe da participação com cargo.
– Essa agenda nem de longe está vinculada à ocupação de espaços. O PSDB se colocará ao lado do Brasil, à frente de interesses partidários. Vamos ajudar o Brasil, independente da posição de qualquer afilhado do partido – disse Aécio na saída da residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros, onde voltou a encontrar o vice-presidente.
Aécio recebeu pela manhã em sua casa uma visita do vice-presidente. Segundo o tucano, o encontro deixou claro que as negociações de Temer com o PSDB se darão de forma institucional, sem convites individuais a quadros do partido.
– Foi um gesto e política se faz muitas vezes de gestos – comentou Aécio, completando em seguida:
– Tínhamos duas opções: lavar as mãos ou ajudar o país a sair da crise. Vamos dar a nossa contribuição. E seremos julgados pelo que fizermos e pelo que deixarmos de fazer.
Aécio afirmou, no entanto, que se Temer buscar quadros no PSDB, o comando do partido não criará dificuldades.
– Eu me sentiria mais confortável se esse apoio profundo e corajoso no Congresso independesse de cargos. Nós daríamos uma contribuição clara para que o Michel componha a sua equipe sem usar essa fórmula da negociação de espaços com partidos – defendeu.
O senador tucano disse que o partido não está trabalhando pela realização de novas eleições, a não ser que o TSE tome uma decisão sobre a impugnação da chapa:
– A não ser que o TSE tome uma decisão sobre a impugnação da chapa Dilma e Michel, não há hoje caminho constitucional que leve a novas eleições antes de 2018 – disse, completando:
– Nós temos um projeto para o país e buscaremos a sua implementação pela via eleitoral no momento adequado. Agora, temos circunstâncias da vida que, provavelmente, vão levar o PMDB à Presidência.
*OGlobo