‘Sempre houve homossexualidade no Exército’, diz Mourão

“Em se tratando de um titular como Jair Messias, que fala mais que a boca, o que resta ao vice falar, dizer, fazer?”, foi assim que Pedro Bial introduziu sua entrevista com Antônio Hamilton Martins Mourão, general da reserva do Exército Brasileiro e atual vice-presidente do Brasil. O programa foi ao ar nesta terça-feira, 16/7, e, entre os assuntos abordados estavam os casos de transgeneridade no Exército. O parlamentar afirmou que, no trato do tema, as Forças Armadas têm características próprias:

“É uma questão delicada. Transgênero só existe um caso ou dois, se houve. Homossexualidade sempre houve, agora, dentro da disciplina e da hierarquia.”

Mourão disse que é sua tarefa auxiliar o presidente sem atropelar os fatos, e afirmou que é necessária “disciplina intelectual” para reconhecer seus limites.

“É necessário chegar na porta do avião e cheirar o vento. Mas quem pula é o presidente”, referindo à sua experiência como paraquedista.

Ainda em linguagem de paraquedista, Mourão falou sobre a “irmandade da porta”:

“General e soldado têm que sair por aquela porta. Todos sentem o medo e todos superam. Isso cria um espírito de corpo muito peculiar que ocorre em todos os exércitos do mundo.”

Questionado por Bial, Mourão disse que seu media training (treinamento para aperfeiçoar a relação com a imprensa) foi a vida:

“A vida ensina você a se expressar. No meio militar, somos acostumados a nos dirigir aos nossos subordinados, faz parte da liderança.” Bial argumentou que este tipo de comunicação é diferente da realizada por jornalistas na vida política.

“Para mim, a imprensa é para os governados, não os governantes.”

Bial relembrou o fato de que Mourão passou ileso quando falou em intervenção militar num evento privado e foi defendido, no Conversa com Bial em 2017, pelo General Villas Boas, então Comandante do Exército.

“Só seria algum tipo de transgressão se eu pregasse isso abertamente.”

O vice-presidente também se mostrou satisfeito com a Reforma da Previdência.

“Queríamos uma ótima, está saindo uma boa. Teremos que voltar a discutir o assunto, mas dentro dos seus limites e das pressões que sofreu, o Congresso fez a parte dele.”

*Globo



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