Os ministros do governo Bolsonaro que mentiram no currículo

No Brasil, mentir no currículo é algo praticado por cerca de 7 em cada 10 profissionais, de acordo com um levantamento da empresa DNA Outplacement.

Políticos e figuras públicas, que não deveriam se surpreender de ter suas vidas vasculhadas, também não hesitam em florear suas experiências pregressas.

Nesta quarta-feira (20), o jornal O Globo revelou que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, mentiu ao informar em seu Lattes (sistema que reúne informações de pesquisadores de todo o país) que parte de seu curso de doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF) foi realizado na universidade americana de Harvard.

A assessoria informou que essa era uma mera “intenção” do hoje governador, que nem chegou a se inscrever no processo do chamado “doutorado sanduíche”.

A prática atravessa campos políticos. Um exemplo clássico é o da ex-presidente Dilma Rousseff, que colocava no currículo os títulos de mestre e doutora em economia pela Unicamp.

Na verdade, ela havia concluído os créditos mas não tinha nenhum dos diplomas por não ter defendido tese. A revelação veio à tona pela Revista Piauí, em 2009.

É comum que em começos de governo, os novos membros sejam confrontados sobre a veracidade das informações dos seus currículos. Em 2019, foi a vez dos ministros de Bolsonaro.

Damares Alves

Em janeiro, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, não era “mestre em educação” e “em direito constitucional e direito da família”, como afirmava em seus discursos.

Na ocasião, ela afirmou à reportagem que seu título tem a ver com o ensino bíblico. “Diferentemente do mestre secular, que precisa ir a uma universidade para fazer mestrado, nas igrejas cristãs é chamado mestre todo aquele que é dedicado ao ensino bíblico”.

Ricardo Salles

Em fevereiro, foi a vez do site Intercept Brasil revelar que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não é mestre em direito público pela Universidade Yale, título atribuído a ele há anos em seus artigos.

O veículo entrou em contato com a instituição, que negou a existência de registro de frequência do ministro. Após a reportagem, Salles disse em seu Twitter que “a informação de 2012 foi veiculada erroneamente por um equívoco da assessoria”.

Ricardo Vélez Rodriguez

Antes de ser demitido do Ministério da Educação, o professor Ricardo Vélez Rodriguez errou 22 vezes em seu currículo Lattes, como apontou o site Nexo.

As inconsistências são repetidas inúmeras vezes, como “esquecer” de acrescentar coautores de seus textos, como por exemplo ter citado como de sua autoria única o livro “Formação e Perspectivas da Social-democracia”.

O título, no entanto, foi organizado pelo diplomata Carlos Henrique Cardim, docente do Instituto Rio Branco. O ministro decidiu na ocasião não se pronunciar sobre as revelações.

Abraham Weintraub

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o atual ministro da Educação também traz inconsistências em seu currículo.

Em relação a sua produção, foram encontrados dois artigos idênticos publicados em periódicos diferentes que exigem ineditismo do material – prática conhecida no meio acadêmico como autoplágio.

Fonte: Exame



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