Abstenção em eleição cresceu 124% entre mais jovens, superando avanço dos mais velhos

Embora a eleição municipal tenha ocorrido em meio a uma pandemia, no qual tem como grupo de risco pessoas acima dos 60 anos, foram os jovens de 18 anos que mais deixaram de ir às urnas, em comparação com a eleição de quatro anos atrás. As informações são da Folhapress.

Em relação às eleições de 2016, a abstenção entre os eleitores que chegaram à idade obrigatória de votar teve um crescimento de 124% no primeiro turno. Considerando apenas os eleitores de 18 anos, 22,1% faltaram à eleição do primeiro turno deste ano.

Entre os eleitores com 19 anos, o percentual de crescimento da abstenção nacional ainda foi alto, mas bem menos significativo: 72,7%. Entre os de 20 anos, o aumento foi de 50%.

No entanto, a abstenção não aumentou só entre os jovens. Em todas as faixas etárias, se relacionadas ao pleito de 2016, cresceu o percentual de pessoas que deixaram de votar.

Porém, nos extremos das idades em que a votação é obrigatória esses números se acentuam. Entre os eleitores de 65 a 69 anos, houve um crescimento de ausentes na ordem de 78%. Esse total representou aproximadamente 28% do eleitorado dessas idades.

Ao final das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avaliou que as condições neste ano, em razão da pandemia, foram propícias para que houvesse um número elevado de faltantes.

No primeiro turno, o índice geral foi de 23,1% — em 2016 foi de 17,5%. No segundo turno, a abstenção foi ainda maior, de 29,5% dos eleitores, enquanto em 2016 foi de 21,5%.

Além disso, no caso dos jovens, além da crise sanitária da Covid-19, a alta abstenção pode estar aliada a fatores como o desinteresse pela política, segundo especialistas.

Apesar do alto crescimento da abstenção entre as pessoas de 18 e 19 anos e de 65 a 69 anos, os mais velhos são os que menos vão às urnas. A partir dos 70 anos esse índice supera os 50% e, entre os 85 e 89 anos, já chega aos 90%.

Já as pessoas com título eleitoral aos 16 anos são as que menos se abstiveram de votar: os que não foram às urnas representam 14% do total. Ainda assim, esse percentual cresceu 31,7% em relação às eleições de 2016.

Com exceção das pessoas que têm mais de 75 anos e não são obrigadas a votar, os crescimentos menos significativos de abstenções estão nas faixas etárias que vão dos 30 aos 54 anos. Nesse intervalo, nacionalmente, o aumento está na casa dos 30%.

Os dados de abstenção nas eleições deste ano não incluem Macapá, a capital do Amapá, visto que as eleições foram adiadas devido ao apagão no estado. A cidade só teve primeiro turno no último dia 6.



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