O Senado da Argentina aprovou nesta quarta-feira (30) um projeto de lei para legalizar o aborto no país. Quando sancionada, a nova lei permitirá a interrupção voluntária da gravidez até a 14ª semana de gestação e permitirá que a interrupção seja feita de forma gratuita no sistema de saúde do país.
A votação foi apertada: foram 38 votos a favor e 29 contrários à legalização do aborto. Os discursos de mais de 50 senadores fizeram a sessão ter mais de 12 horas.
O PL foi apresentado pelo presidente Alberto Fernández e, portanto, deve ser sancionado sem vetos.
Atualmente, o aborto na Argentina é permitido apenas nos casos de estupro e risco de morte para a gestante.
O texto foi aprovado pelos deputados no último dia 11 com 131 votos favoráveis e 117 contrários após mais de 20 horas de debate.
“A minha convicção, que sempre expressei publicamente, é que o Estado acompanhe a todas as pessoas gestantes em seus projetos de maternidade. No entanto, também estou convencido de que é responsabilidade do Estado cuidar da vida e da saúde de quem decide interromper a gravidez, em seus primeiros momentos”, disse o presidente Alberto Fernández, em vídeo compartilhado nas suas redes sociais.
Um detalhe curioso do projeto é que o governo argentino atendeu a um pleito do movimento LGBT, ao se referir às “mulheres e outras pessoas com identidades de gênero capazes de gestar”.
Com a aprovação, a Argentina se torna apenas o quarto país – e com a maior população – a legalizar o aborto na América Latina. Atualmente, apenas Cuba, Guiana e Uruguai possuem legislações que permitem a interrupção legal da gravidez.
*CNN