O vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), deixou o ex-ministro Geddel Vieira Lima desconfortável durante uma entrevista ao vivo no programa De Cara com o Líder, exibido na quarta-feira (09). Ao abordar o episódio dos R$ 51 milhões em Salvador, descoberto em 2017, o vice-governador relembrou o caso diante do próprio Geddel. Internautas questionam a moralidade de Geddel em bater de frente com ACM Neto, criticando o ex-prefeito em entrevistas, mas levou uma saia-justa do vice-governador.

“Foi 51 ou 54? Que eles ficam perguntando e me abusando aqui nas redes sociais…”, questionou Geraldo Júnior, referindo-se ao montante encontrado pela Polícia Federal em um apartamento ligado ao ex-ministro. A pergunta gerou desconforto visível em Geddel, que respondeu: “Rapaz, aí só perguntando lá no STF. Essa coisa minha defesa já sempre deixou… não tenho responsabilidade nenhuma com isso aí, com esse problema. Pergunta lá, homem”.
Na tentativa de amenizar a situação, o vice-governador afirmou: “Você acha que me preocupa? Olha, se eu me preocupasse, eu ia trazer você aqui pra ser entrevistado? Eu ia almoçar com você? Estar com você? Lhe visitar? E ouvir seus aconselhamentos?”.
Geddel, que não ocupa cargo de direção no MDB, permanece como uma figura de influência política dentro da legenda. Ele foi um dos articuladores da aproximação de Geraldo Júnior com o grupo governista, o que culminou na sua eleição como vice-governador em 2022.
O ex-ministro foi preso em setembro de 2017, após a Polícia Federal encontrar nove malas e caixas contendo R$ 51 milhões em um imóvel no bairro da Graça, área nobre de Salvador. Segundo as investigações, o local seria usado por Geddel para armazenar dinheiro de origem ilícita. Os valores foram transportados para um banco, contabilizados por sete máquinas e depositados em uma conta judicial.
Geddel foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos de prisão e cumpriu parte da pena em regime fechado. Desde fevereiro de 2022, está em liberdade condicional.
Durante a entrevista, Geddel comparou sua prisão a “um raio que caiu na minha cabeça e que podia ter caído na cabeça de qualquer um”, e disse que “não foi condenado ao silêncio”, declarando que já pagou pelo que cometeu e que não pediu “anistia”.
Ele atuou como ministro da Integração Nacional no segundo governo Lula (2007-2010), da Secretaria de Governo no governo Michel Temer (2016), e ocupou ainda uma vice-presidência da Caixa Econômica entre 2011 e 2013, durante o governo Dilma Rousseff.
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