Abrir o comércio versus Fim do isolamento – por Dr. Cristóvão Andrade

Muito se fala em abrir o comércio para se evitar o agravamento da situação econômica e fechamento de empresas. Não que isso não seja importante, mas em hipótese alguma deve ser confundido com o fim do isolamento. Tudo na vida deve ter um equilíbrio e sobretudo bom senso. Mesmo nas cidades em que o comércio está aberto ou naquelas onde nos próximos dias ou semanas será flexibilizado a sua abertura, é necessário entender que o isolamento e os cuidados devem ser mantidos de forma ainda mais intensos. Sair à rua só para o essencial, sempre de máscara, mantendo o distanciamento. Ao sair usar álcool gel nos estabelecimentos e se expor o mínimo possível evitando aglomerações ou buscando fazer as atividades em horários com menor movimento. Ao voltar para casa, tomar cuidados com os sapatos, higienizar as mãos, trocar a roupa, tomar banho. Buscar ao máximo resolver as situações por via online, como compras em supermercados e farmácias, transações bancárias e em outros estabelecimentos. Devemos também evitar reuniões em casa, como por exemplos, reunir amigos ou familiares; fazer aniversários ou outras comemorações, mesmo que pequenas. Vejo hoje uma disputa de ideias e as vezes de força, entre aqueles que prezam, com razão ao meu ver, pelo isolamento e aqueles que são contra o isolamento como por exemplo o polêmico presidente Bolsonaro. Não é insensato querer que o comércio abra, mas é totalmente inoportuno e beira a irresponsabilidade querer fazer isso, negligenciando as medidas de precaução. O que vejo de equivocado naqueles que são contra o isolamento é que estes na maioria das vezes negligenciam a gravidade do Coronavírus, negligenciam as mais de 10 mil famílias que estão de luto, propondo a saída as ruas de forma irracional, dizendo que a pandemia é um exagero da mídia, que não é tudo isso, que é uma histeria… Seria mais inteligente e bem visto pela sociedade como um todo se estes que defendem abrir o comércio se posicionassem de forma a dizer que apesar de reconhecerem a gravidade da pandemia, também se preocupam com a economia. Pois até o momento suas ações passam para nós a sensação de que se importam apenas com os ativos de suas empresas e desconsideram a importância da vida humana. Pessoalmente acho que a economia foi feita para servir ao homem e não o contrário.

Dr. Cristóvão Andrade- Médico Ginecologista e Obstetra.



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