O que é ECMO, ‘pulmão artificial’ usado no ator Paulo Gustavo

Foto: reprodução

Internado com Covid-19, o ator Paulo Gustavo apresentou uma piora da função pulmonar na última sexta-feira (2), e precisou ter o tratamento na UTI ajustado para um novo procedimento, uma terapia conhecida pela sigla ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea, na sigla em inglês), medida que tem ação mais complexa que o ventilador mecânico.

A técnica consiste em usar uma máquina que é capaz de agir como um pulmão e um coração artificiais para pacientes que estão com os órgãos comprometidos. De alta complexidade, a ECMO pode ser usada em pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos. Em razão dos graves problemas respiratórios que a Covid-19 traz, ela vem tendo uso ampliado em hospitais.

Na prática, a técnica utilizada em Paulo Gustavo funciona como um pulmão adicional e possibilita que o paciente tenha tempo e condição clínica para se recuperar. A técnica faz a circulação e a oxigenação artificiais do sangue por meio de uma máquina ligada ao paciente através de cateteres.

O procedimento, considerado de alta complexidade, é realizado em casos graves nos quais o paciente sofre comprometimento severo pulmonar ou circulatório, que poderiam levar a morte, aumentando as chances de sobrevida.

BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS


Entre os benefícios da técnica estão o fato dela equilibrar a circulação de maneira rápida e eficaz; dar tempo para o pulmão ou coração se recuperarem; manter o coração e/ou o pulmão funcionando enquanto o paciente trata a causa que o levou ao uso da ECMO; e a possibilidade de receber hemodiálise ou fazer procedimentos cirúrgicos paralelamente ao uso da máquina.

Apesar dos benefícios, a estratégia pode trazer riscos como a hemorragia, já que o sangue deve ser mantido anticoagulado para evitar que coagule na tubulação. Sabendo do risco, a equipe treinada acompanha o paciente de perto. Se o sangramento aumenta, a ECMO pode precisar ser interrompida.

Outro risco comum é a infecção, fato que é inerente a todos os procedimentos que requerem tubos no corpo, especialmente dentro de um vaso sanguíneo. A embolia também é um fator de risco, visto que pequenos coágulos ou bolhas de ar podem entrar no sangue dos tubos. Às vezes, tais bolhas podem causar lesão para outras partes do corpo e até mesmo ser fatal.

Por fim, o AVC é um outro fator de risco por conta da ECMO utilizar o vaso sanguíneo veno-arterial. Esta artéria é um dos vasos que levam o sangue para o cérebro. Durante ou após a ECMO, há possibilidade de obstrução dela.

QUANDO A ECMO É RECOMENDADA OU CONTRAINDICADA?

Para que o paciente receba a indicação da ECMO, o quadro clínico precisa ser ainda reversível, já que não é possível deixá-lo na máquina para sempre. As indicações são diversas e devem ser bem avaliadas por uma equipe com treinamento especializado para usar a tecnologia.

Entre as indicações mais comuns do uso da ECMO estão a insuficiência respiratória aguda (pela incapacidade de oxigenação do sangue ou do pulmão eliminar o gás carbônico); recém-nascidos que apresentem problemas no coração ou no pulmão; pneumonia ou bronquiolite graves; pós-operatório de cirurgias quando o órgão ainda não voltou a funcionar normalmente; e inflamação ou falha do coração (miocardites).

Já entre as contraindicações estão casos de crianças com idade gestacional menor do que 34 semanas ou com peso de nascimento menor do que 200 gramas, já que o equipamento é grande demais para elas; pacientes que passaram muito tempo em ventilação e já têm danos pulmonares; coagulopatia grave e/ou hemorragia; outras anomalias congênitas; falência múltipla de órgãos; e doenças pulmonares ou cardiovasculares irreversíveis.

Fonte: Pleno News


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