Endocrinologista do Hospital Incar em Santo Antônio de Jesus comenta dados sobre obesidade em matéria do jornal Folha de S. Paulo

O endocrinologista do Hospital Incar, em Santo Antônio de Jesus, Dr. Fábio Trujilho, foi citado em uma matéria do jornal Folha de S. Paulo na segunda-feira (03), comentando os dados do Atlas Mundial da Obesidade. O estudo prevê um aumento significativo da obesidade entre os brasileiros com mais de 18 anos até 2030.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Atualmente, mais de 1 bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo, e o número pode ultrapassar 1,5 bilhão nos próximos cinco anos caso medidas efetivas não sejam implementadas. A condição está diretamente ligada a doenças como câncer, diabetes tipo 2, doenças cardíacas e derrames, sendo responsável por quase 4 milhões de mortes anuais.

Segundo Trujilho, que também preside a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) e coordena o Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a obesidade no Brasil tem forte relação com níveis mais baixos de educação e renda.

Isso significa que não basta indicar que as pessoas comam de forma saudável, é necessário criar o ambiente para que a alimentação natural e nutritiva seja mais acessível do que os ultraprocessados, por exemplo. Outro fator que limita a adoção de hábitos saudáveis é a segurança pública, que pode impedir a prática de atividades físicas ao ar livre.

“Como é que você fala para um pai que a criança precisa se exercitar se ela não pode ir para a rua por causa da insegurança?”, questiona Trujilho.

Como estratégia de prevenção, o especialista defende a adoção de medidas na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele sugere que o atendimento seja mais direcionado e personalizado.

“Não é uma diretriz hoje, mas seria importante alguém que acompanhasse a jornada da pessoa, que identificasse a vulnerabilidade que ela tem em casa e como auxiliá-la nesse sentido. Porque muitas vezes ela vai a uma unidade básica de saúde e não recebe orientações de pessoas treinadas em relação a isso [atividade física].”, explica.

Para Trujilho, o ambiente atual favorece a obesidade, e a discussão sobre o tema não pode se limitar ao uso de medicamentos.

“Nós estamos vivendo em um ambiente obesogênico, ou seja, em que o sedentarismo muitas vezes prevalece, em que a alimentação ultraprocessada é mais barata, em que andar na rua é perigoso. Hoje você vê as pessoas só falando em emagrecimento com drogas. Não que os medicamentos não sejam importantes, mas a gente precisa pensar além”, conclui.



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