Ricardo Eletro protocola o maior plano de recuperação judicial do varejo

A rede de lojas Ricardo Eletro, do grupo Máquina de Vendas, protocolou o maior plano de recuperação judicial da história do varejo na noite de ontem, segundo informações do jornal Valor Econômico. São cerca de 20 mil credores que somam uma dívida no valor de R$ 4 bilhões. De acordo com o jornal, dois centros de distribuição da rede podem receber propostas em um possível leilão. Além disso, a empresa estaria avaliando a venda de marcas do grupo, como Insinuante, Salfer, Eletroshopping, City Lar e a própria Ricardo Eletro – créditos fiscais também poderiam ser colocados como ativos para vendas.

Como informado pela empresa ao pedir recuperação judicial, em agosto, a companhia não deve mais atuar no varejo físico. O jornal Valor Econômico apurou que o grupo estuda lançar outra marca para operações online. No documento obtido pela publicação, a Ricardo Eletro chega a citar “a nova marca que será lançada oportunamente”.

Plano apresentado

Segundo o Valor Econômico, a varejista propõe que o valor que superar o caixa mínimo, de R$ 100 milhões, seja distribuído entre os credores com garantia real – será aplicado deságio de 85% sobre o valor nominal dos créditos. O pagamento começaria apenas depois de a varejista pagar as dívidas junto aos credores considerados parceiros da empresa, chamados de “credores estratégicos”. O plano prevê também que credores sem garantia real com créditos de até R$ 3,5 mil recebam R$ 1,5 mil no prazo de até dois anos, contados a partir da homologação. Somas acima de R$ 3,5 mil receberão o pagamento por meio do excedente do caixa mínimo, de acordo com o jornal.

Os credores trabalhistas têm 60 dias contados da homologação do plano para optar pelo recebimento de seus créditos. Os funcionários receberão até R$ 4 mil, com deságio entre 50% a 85% para quem possuir créditos acima desse valor. Esses trabalhadores serão pagos em até 12 meses após a homologação do plano. Após a homologação, o grupo Máquina de Vendas terá 60 dias para apresentar o plano aos credores, que poderão analisar e fazer reajustes, e mais 150 dias antes de realizar a assembleia.



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