Golpe do WhatsApp muda de roubo para clone de contas

Criminosos brasileiros mudaram a técnica para realizar o famoso golpe do WhatsApp. Desde maio de 2019, a Kaspersky alertou sobre este risco, que já usou anúncios online e convites para festas VIP, mas, agora, a tática é mais simples: a criação de perfis falsos. Usando dados pessoais vazados, esses bandidos só precisam da foto de um usuário para iniciar a extorsão das vítimas.

A grande diferença desta nova modalidade de golpe é que quem tem o perfil “clonado” ou “falsificado” não fica sabendo que os cibercriminosos estão usando sua identidade para aplicar a extorsão. Isso ocorre porque os bandidos já tiveram acesso a dados pessoais das vítimas. Esta é a principal mudança no esquema.

Como funciona o golpe

Para manter a operação, os criminosos compravam bancos de dados com muitas informações pessoais, como endereços, telefone, local onde trabalha, preferência de lazer e afiliação e indicações de contatos próximas. Os bandidos que comercializam esses dados foram nomeados como Data Brokers, termo que acabou nomeando a operação da Polícia Civil de Goiás realizada em 9 de setembro.

Os Data Brokers não operam o golpe, mas são parte crítica da operação. Eles são responsáveis por obter as informações pessoais para os bancos de dados e organizam os ataques contra empresas que detém registros de internautas. “Aqui, todos os tipos de companhia podem ser vítimas. Logicamente que lojas online são alvos óbvios, mas qualquer marca conta com banco de dados de funcionários e de clientes que podem ser usados para abastecer este esquema”, afirma Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky.

Depois de comprarem as informações pessoais dos Data Brokers, os criminosos ainda procuram nas redes sociais pelos nomes e fotos das pessoas para serem usadas nos perfis que aplicarão a extorsão. “Por isso, podemos dizer que as contas são clonadas ou falsificadas e que a pessoa não fica sabendo que sua identidade está sendo usada em um golpe”, aponta Assolini.

O analista da Kaspersky explica que, para iniciar o golpe, a primeira mensagem que os criminosos enviam a familiares e amigos é “troquei meu celular”. Após uma rápida troca de mensagem para ludibriar a vítima, o criminoso faz a famosa solicitação de empréstimo de dinheiro para pagar uma conta ou realizar uma compra. O novo número é a desculpa perfeita para a falha na transferência. De acordo com os dados divulgados no dia em que a operação Data Broker foi deflagrada, os prejuízos com as extorsões somavam R$ 500 mil.

Este mesmo esquema também foi usado pelo grupo de criminosos preso na operação Peregrino III, realizado em 14 de outubro pelas Polícias Civis de Goiás e São Paulo.

Para evitar este golpe, a Kaspersky listou algumas dicas de como se proteger:

– Altere as configurações de privacidade para que sua foto seja mostrada apenas para seus contatos. Também não use a mesma imagem em todas as contas. Assim, caso os criminosos peguem uma foto diferente, seus amigos mais próximos podem desconfiar.

– Mantenha a dupla autenticação ativa. A mudança da tática usada pelos criminosos mostra que está mais difícil efetuar o roubo da conta. Porém se a situação facilitar, eles voltarão a focar neste golpe.
Para saber como ativá-la.

– Caso você receba alguma mensagem de amigos pedindo dinheiro, sempre. Ligue para a pessoa. Além de confirmar a autentificada do contato, você ainda alerta a pessoa sobre o golpe.



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