Imagens sem edição mostram Gabriel Monteiro orientando criança a dizer que estava com fome para seus vídeos

Foto: reprodução

A reportagem do Fantástico teve acesso ao material bruto dos vídeos do vereador pelo Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (sem partido), no qual forjas cenas de seus vídeos no YouTube. Em um deles, ele ajuda a uma criança carente.

Nos vídeos de seu canal no YouTube, Gabriel Monteiro encenava e “dirigia” o que era filmado. Com ajuda de policiais militares, simulou ações de tiroteio e chamou a polícia, orientando o que seria relatado aos oficiais que chegassem.

Em outro vídeo que a reportagem teve acesso ao material bruto, Gabriel é visto orientando uma criança a dizer que está sem comida. Na versão editada, publicada em suas redes sociais, ele leva a menina ao shopping e ouve que “está comendo o que mais gosta”.

Uma perita analisou o material e concluiu que o material bruto e editado são “incompatíveis”.

“A conclusão a que se chega é que esses elementos presentes no vídeo bruto são incompatíveis com a situação de ameaça ou emboscada real. O que se percebe é que há tiros nos dois vídeos, só que esses tiros são distantes dele”, diz Valéria Leal, perita judicial e diretora da ForensePro. “Várias vezes ele orienta ‘vai para lá, filma a favela’. Ele orienta como gravar, onde gravar. Orienta a posição das pessoas. Não parece realmente que ele está sob forte emoção ou numa determinada ação ou atitude ameaçadora.”

Uma pesquisadora que estuda o aumento no número de ex-policiais que se elegeram parlamentares nas últimas eleições vê conflito de interesses em um servidor público se promover nas redes sociais.

“Com a pouca regulamentação no país, essa mistura é muito nociva, porque a gente começa a ver situações em que não há nenhum controle policial, criando e forjando ocorrências, forçando a barra com determinados públicos, criando e fortalecendo essa ideia do policial guerreiro e salvador para ganhar cliques. E a gente vive em uma sociedade com medo, uma sociedade que de forma brusca esses heróis”, analisa Carolina Ricardo, diretora-executiva da ONG Sou da Paz.

Fonte: G1



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