Vestindo uma sunga apertada e orelhinhas da Minnie, Wissam chacoalha o que tem de melhor sobre um palco, na disputa pela coroa de Mr Síria 2016. Num gesto descarado e desafiador contra o Estado Islâmico, que já matou inúmeros gays atirando-os do alto de prédios da Síria, ele é um dos cinco homens que batalharam para tornarem-se os representantes públicos da comunidade LGBT desse país devastado pela guerra.
Cada competidor teve três minutos para mostrar a qualidade de suas performances na disputa pela cora de Mr Gay Síria. Wissam dançou de salto alto, enquanto outro competidor, William, exibiu o corpo sarado num strip-tease, recebido com gritos de aprovação pelo público do estabelecimento onde aconteceu a competição, no centro de Istambul.
A maioria dos membros da plateia – que puderam votar em seu competidor favorito – são parte da comunidade LGBT árabe e encontrou refúgio na Turquia, relativamente mais liberal.
Hussein Sabat venceu a competição com um monólogo comovente sobre o sofrimento dos gays árabes. “Eu interpretei um personagem que conta para sua mãe, em seu túmulo, sobre as dificuldades de ser gay. Eu vestia calça e camiseta – era praticamente uma burca”, brincou, comparando seu figurino ao dos outros concorrentes seminus.
Sabat teve o namorado decapitado pelo Estado Islâmico.
Fonte: UOL