Ativistas e entidades que defendem a chamada minoria reagiram fortemente à decisão do presidente Jair Bolsonaro de tirar do ar uma propaganda do Banco do Brasil que destaca a diversidade. Na peça, jovens negros, tatuados, trans e de diferentes estilos aparecem em cenas do cotidiano.
A comunidade negra gastou um tempo imenso para despertar na sociedade o respeito à diversidade. Essa propaganda consolida uma conquista dos excluídos. A decisão dele (Bolsonaro) mostra o quanto ele é equivocado – disse frei David, à frente da Educafro, entidade que luta pela inclusão dos negros no mercado de trabalho e universidades públicas.
Segundo Frei Davi, a Educafro pretende entrar com uma denúncia na Organização das Nações Unidas (ONU) contra a decisão do governo federal de tirar a propaganda do ar.
Ao colunista Lauro Jardim, do GLOBO, Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, disse que Bolsonaro não gostou do resultado da campanha:
— O presidente Bolsonaro e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. A saída do diretor é uma decisão de consenso, inclusive com aceitação do próprio.
Na propaganda, uma modelo trans também aparece rapidamente. Assim como os outros participantes do filme, não fala, apenas contracena com a câmera.
– É impossível entender a cabeça de um presidente que se incomoda com a liberdade alheia, com a diversidade. Há uma questão psicológica a ser estudada – ironiza o ativista gay Fernando Dantas, que trabalha em uma Organização Não Governamental (ONG) que dá abrigo a transexuais em situação de vulnerabilidade.
Um dos fundadores da Associação da Parada do Orgulho LGBT, Nelson Matias, disse que a iniciativa de Bolsonaro refroça o que ele chama de “intolerância institucional”.
– O que ele falava antes mesmo da campanha (eleitoral) está colocando em prática, infelizmente. Esse tipo de atitude reforça o discurso de ódio contra pessoas que lutam diariamente por sua sobrevivência – disse Matias.
Confira propaganda:
*O Globo