“Devemos atuar para evitar que a guerra se alastre para os países vizinhos. É valiosa e imprescindível a contribuição do Brics, em sua nova configuração, junto a todos os atores em favor da autocontenção e da desescalada”, disse.
Para o presidente, os assentamentos ilegais israelenses na Cisjordânia continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino. “O reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível. Precisamos retomar com a maior brevidade possível o processo de paz entre Israel e a Palestina”.
Em agosto deste ano, na Cúpula do Brics, o bloco aprovou a entrada de seis novos países-membros: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes, alguns deles diretamente envolvidos no conflito no Oriente Médio. A nova configuração passa a valer a partir de janeiro de 2024.
Para o presidente Lula, o desafio crucial neste momento é assegurar a implementação imediata da trégua humanitária estabelecida por uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 15 de novembro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a primeira resolução relacionada à atual crise humanitária na Faixa de Gaza, com o apoio do Brasil.
Lula ressaltou a posição do país ao pedir repetidamente a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Contudo, ele condenou veementemente o uso de força indiscriminada e desproporcional contra civis, considerando a situação como uma catástrofe humanitária. Expressou sua grande consternação diante do elevado número de mortos, destacando que os inocentes, especialmente mulheres, crianças e idosos, estão pagando o preço pela insanidade da guerra.
Com mais de um mês de conflito, Lula apontou os números alarmantes, com mais de 12 mil pessoas mortas, incluindo 5 mil crianças, além de 29 mil feridos e 3.750 desaparecidos. Citando o secretário-geral da ONU, ele ressaltou a tragédia em curso, afirmando que Gaza está se transformando em um “cemitério de crianças”.