Despejo indevido de produto causou água verde em piscinas, diz Rio 2016

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Em entrevista coletiva realizada no Parque Maria Lenk, neste sábado, o Comitê Rio 2016 explicou o motivo de a água das piscinas usadas para saltos ornamentais, polo aquático e nado sincronizado terem mudado para a cor verde, o que ocorre desde a última terça-feira. De acordo com diretor de instalações, Gustavo Nascimento, o despejo indevido de 80 litros de peróxido de hidrogênio no dia 5 de agosto deu início ao problema.

Segundo ele, a combinação do peróxido de hidrogênio com o cloro prejudicou o sistema elétrico que regula a quantidade de cloro nas piscinas. Assim, a manutenção da água passou a não ser feita da forma ideal.

– Essa combinação desses elementos não poderia ter sido feita, segundo os especialistas que consultamos depois, e isso “enganou” esse sistema elétrico – afirmou Nascimento neste sábado.

O peróxido de hidrogênio pode ser encontrado em qualquer mercado especializado em manutenção de piscinas. O produto oxidante elimina a matéria orgânica, deixando a água livre de bactérias e fungos nocivos.

Como as medidas paliativas não surtiram o efeito desejado e, principalmente, pela falta de tempo, o comitê decidiu tirar toda a água da piscina de polo aquático – que a partir deste domingo começa a receber o nado sincronizado – e substituir pela água da piscina de aquecimento do Maria Lenk. O processo dura cerca de 10 horas e começou na tarde deste sábado.

Em relação à piscina dos saltos ornamentais, o Rio 2016 vai fazer a troca do material dos filtros. O comitê acredita que em 12 horas o tanque dos saltos estará com outro aspecto. Para esta competição também foram descartadas mudanças no calendário.

– Inicialmente, trocamos os filtros da piscina do polo aquático, mas não tinha mais tempo para isso. Então optamos por trocar toda a água. No caso desta piscina, é algo mais urgente do que o tanque dos saltos, porque o nado sincronizado exige água transparente para observação dos árbitros e para que as atletas vejam umas as outras – explicou Gustavo Nascimento.

Sempre com a ressalva de poder transmitir informações imprecisas por não se tratar de um engenheiro químico, Gustavo Nascimento afirmou que uma análise inicial indica que a coloração verde das piscinas pode ter a ver com algas, mas não representa qualquer risco aos atletas. No entanto, jogadores de polo aquático reclamaram de ardência nos olhos por causa do excesso de cloro.

– Pode ser um material orgânico já morto, que não causa dano, resultante da quantidade de gente que esteve nessas piscinas – disse o diretor de instalações.

Ainda de acordo com o Comitê Rio 2016 há um plano B de mudar o calendário de competições, mas todos estão confiantes de que o processo será executado com precisão e, por isso, atletas do nado sincronizado poderão atuar sem problemas. A partir de domingo, o polo passará a ser disputado no Estádio Aquático, conforme programação original da Olimpíada.

Diretor de comunicação do Comitê Rio 2016, Mario Andrada admitiu que a entidade poderia ter atuado de outra maneira para tentar resolver o problema de forma mais eficiente num primeiro momento.

– Falhamos, porque dissemos duas vezes que o problema seria resolvido no dia seguinte. Mas a questão foi mudando com o passar do tempo, e precisamos adotar outro procedimento – explicou.

CADÊ O AZUL? ENTENDA O CASO

A água da piscina principal começou a chamar atenção por ficar esverdeada na última terça-feira. A piscina ao lado, onde foram disputados os jogos do polo aquático, ficou verde no dia seguinte e foi motivo de reclamação por parte de atletas.

Na última quarta-feira, o Rio 2016 se posicionou e admitiu falha no planejamento do tratamento da água das piscinas. Segundo eles, não foi observado o fato de que o grande número de atletas que utilizam o equipamento poderia interferir na água:

– Houve um decréscimo na alcalinidade da água, foi a razão da mudança de cor. A piscina maior também está sendo afetada. Tratamos durante a noite, o nível de alcalinidade está melhorando, esperamos que volte a ficar azul em breve. Tivemos um evento teste na mesma área, na mesma piscina, mas estamos usando a piscina por um período mais longo, e claro que o pessoal que cuida disso deveria ter feito mais testes e falhamos em observar que, com mais atletas, poderia ter um efeito na água. Mas não há absolutamente risco à saúde de qualquer um – afirmou Mario Andrada, diretor de comunicação do Comitê Rio 2016 na ocasião. A promessa, no entanto, era de que a água retomaria seu tom normal ainda naquela tarde.

Na última sexta-feira, a sessão de treinos dos saltos ornamentais que estava programada para a manhã chegou a ser cancelada para evitar movimentações na água. À tarde, os treinos e provas foram mantidos. (Globo)



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