Subsecretária de São Gonçalo recebia salário de R$ 9,2 mil sem trabalhar, segundo MP

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O que você faria com um salário de R$ 9.200? Curtiria praias, piscina, viajaria para uma montanha, desfrutaria do conforto de uma cobertura na Zona Sul de Niterói? Foi o que fez Andréa Pinto Costa, e com tempo de sobra para aproveitar. Apesar de receber o valor como subsecretária de Fiscalização e Licenciamento da Prefeitura de São Gonçalo, o Ministério Público afirma que ela nunca apareceu no local de trabalho, por isso apresentou uma denúncia contra ela à Justiça.

— Chegamos até esse caso durante a apuração de uma denúncia de deficiências estruturais na Secretaria municipal de Meio Ambiente. Problemas que vinham atrapalhando o trabalho de fiscalização e licenciamento na cidade — explica a promotora de Justiça Renata Neme, da promotoria de Meio Ambiente de São Gonçalo: — Funcionários do alto escalão da pasta confirmaram que ela nunca foi até lá. Mas as folhas de ponto aparecem.

Se não está para praia, Andréa curte a piscina
         Se não está para praia, Andréa curte a piscina Foto: Reprodução do Facebook / Extra

De acordo com a denúncia do MP, encaminhada para a 8ª Vara Cível da cidade, “somente em 2015 a pseudo subsecretária recebeu um total de R$ 82.800, e no corrente ano de 2016, até esta data, a mesma percebeu quantia de R$ 92.000, perfazendo um total de R$ 174.800”. E o documento arremata: “isso sem ter desempenhado a sua função por sequer um dia!”

A subsecretária municipal foi nomeada no dia 31 de março de 2015. O relatório de ponto informa que a funcionária teve frequência integral naquele ano.

O endereço da subsecretária não é o mesmo que consta no cadastro da prefeitura, segundo o MP. Lá figura um endereço em São Gonçalo, mas Andréa Costa, na verdade, teria se mudado para uma cobertura no Jardim Icaraí, em Niterói. Ontem, no entanto, o porteiro informou que ela já não morava mais lá.

Andréa Pinto em uma das fotos em que aparece aproveitando praia
     Andréa Pinto em uma das fotos em que aparece aproveitando praia Foto: Reprodução do Facebook / Extra

Estado também pretende apurar

Enquanto a subsecretária leva uma vida confortável, a população gonçalense enfrenta mais uma crise na coleta do lixo. De acordo com promotores que investigam o caso, a função dela, de fiscalizadora e licenciadora dos assuntos do meio ambiente, seria útil neste momento.

Andréa Costa não recebe só os R$ 9.200 dos cofres públicos. Como professora da rede estadual, faz jus a remuneração bruta de R$ 5.122. Apesar de não estar em sala de aula, a Secretaria estadual de Educação informou que a funcionária cumpre a carga horária em função administrativa. O órgão vai instaurar sindicância para apurar a conduta dela em São Gonçalo.

Lixo toma conta das ruas de São Gonçalo
                             Lixo toma conta das ruas de São Gonçalo Foto: Thiago Freitas / Extra

Na ação que move contra Andréa Costa, por improbidade administrativa, o Ministério Público pede a suspensão dos pagamentos pela prefeitura e o bloqueio de bens “suficientes a satisfazer eventual ressarcimento” dos prejuízos. Também requer à Justiça “multa, inelegibilidade, proibição de exercer cargos públicos e devolução integral aos cofres municipais da remuneração percebida durante o exercício do cargo, acrescida de juros e atualizações”.

O “Mais São Gonçalo” procurou a subsecretária por telefone e na sua página numa rede social, mas não obteve retorno. A Prefeitura de São Gonçalo também não a localizou, não comentou a denúncia do MP nem informou o que fará com a funcionária. (Extra Globo)



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