Morreu nesta terça-feira, 2, aos 84 anos, o acadêmico Eduardo Portella. Ele é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 1981. A informação foi confirmada pela casa nesta tarde. Ainda não foram divulgadas as causas da morte. Portella foi eleito na sucessão de Otávio de Faria para a cadeira de número 27, e era um integrante bastante ativo dos eventos da casa.
Nascido em Salvador, ele era doutor em Letras, professor, escritor e crítico literário. Ocupou diferentes cargos públicos desde 1956, ano em que foi nomeado técnico de Educação do Ministério da Educação e Cultura. Foi ministro de Estado da Educação, Cultura e Desportos no governo João Figueiredo (1979-1985), diretor-geral adjunto da Unesco e presidente da Conferência Geral da Unesco.
Uma de suas frases famosas, usada até hoje por ministros de Estado, é “não sou ministro, estou ministro”, sua forma de explicar a o caráter transitório dos cargos públicos.
Pesar. O presidente Michel Temer emitiu nota de pesar pelo falecimento do ex-ministro. Segundo o presidente, o acadêmico “deixou uma grande lição de homem público nos diversos cargos que ocupou”. “Tomei conhecimento, com pesar, do falecimento de Eduardo Portella, um dos grandes intelectuais do pensamento brasileiro, com obra que se tornou referência para os debates sobre temas tão amplos como Cultura e Educação. Como ex-ministro, foi defensor da anistia política que abriu os caminhos do país para a reconciliação nacional e retomada do processo democrático”, escreveu Temer.
O presidente lembrou ainda a importância de Portella na ABL e disse que o ex-ministro se destacou pela “consciência pública e da participação política”. “Meus sentimentos aos familiares neste momento de dor”, finalizou Temer, na nota.
*Estadão