BC estudou acabar com nota de R$ 100, mas custo com dinheiro iria dobrar

O BC (Banco Central) fez estudos no ano passado sobre a possibilidade de acabar com a nota de R$ 100, mas concluiu que isso seria inviável, entre outros motivos por causa do custo de produção de mais cédulas de valor menor, além da logística para distribuí-las. A retirada de circulação de notas de maior valor, como a de R$ 100, é uma demanda de entidades que lutam contra a corrupção, que também são contra a criação da cédula de R$ 200. Elas defendem que há uma tendência mundial de acabar com as cédulas mais altas, porque facilitam o transporte e a ocultação de dinheiro vindo do crime.

Custo dobraria, segundo BC

O BC, porém, afirma que acabar com as notas de R$ 100 “não reduziria o montante total dos recursos em poder do público, apenas levaria à migração para notas de menor valor”.

Com isso, obrigaria a produzir mais cédulas menores para atender a população, o que praticamente dobraria o custo anual de produção de notas, de R$ 900 milhões para R$ 1,76 bilhão, de acordo com o estudo. Diz ainda que, mesmo que o custo seja desconsiderado, essa maior emissão “encontraria obstáculos na capacidade de produção da Casa da Moeda do Brasil e em provedores internacionais, já comprometidos com a impressão das cédulas de seus países de origem”.

A concentração em um grande número de notas menores também traria “sérios problemas logísticos” para que fossem distribuídas “desde a Casa da Moeda até os milhares de caixas eletrônicos”, segundo o BC, “resultando em grave risco de desabastecimento da população”.

Não há comparação com nota de 500 euros, diz BC

O Banco Central também rebate o argumento de que a circulação da nota de R$ 100 vai contra a tendência mundial de acabar com as cédulas de maior valor.

“Na comparação internacional, a cédula de R$ 100 representa valor equivalente em dólares americanos inferior à maior cédula da maioria dos países europeus e sul-americanos”, afirma o BC. Ele ainda cita o caso da nota de 500 euros. Em 2016, o Conselho do Banco Central Europeu decidiu que os países do bloco deveriam deixar de produzir essa cédula, a de maior valor em circulação da moeda. Uma das intenções era, justamente, dificultar crimes.

Entidades criticam nota de R$ 200

Na semana passada, o BC anunciou que planeja colocar as notas de R$ 200 em circulação a partir do final deste mês. Segundo o Banco Central, a criação já estava planejada, mas foi motivada pela pandemia de coronavírus, que fez com que caísse a quantidade de dinheiro em espécie circulando no mercado, por causa do fechamento do comércio em muitos lugares e do hábito de muitas pessoas de guardar dinheiro em casa em momentos de instabilidade.



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